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segunda-feira, 19 de junho de 2017

Parada do Orgulho LGBT lota a Av. Paulista com shows de Daniela Mercury, Fafá de Belém e Anitta

De Luiz Carlos Lourenço 
Fotos de Elias Ferreira e Alex Arant

A Avenida Paulista foi tomada na tarde deste domingo (18) por cerca de 3 milhões de pessoas que acompanham a 21ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros). Com o tema "Independente de nossas crenças, nenhuma religião é lei. Todas e todos por um Estado laico" , o evento contou com diversos pequenos shows de artistas, com destaques para as cantoras Daniela Mercury, Nayara Azevedo e Anita. O coilorido desfile contou ainda com a participação das estrelas Rogéria, Jane Di Castro, Valéria, Eloina dos Leopardos e Kamille K, no carro das Divinas Divas, comandado pela atriz e diretora Leandra Leal.




A parada começou por volta das 13h sob o comando da drag queen Tchaka, que do alto do primeiro trio elétrico convidou o público a fazer a contagem regressiva para o início da manifestação. Em seguida a presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, Claudia Regina dos Santos Garcia, falou sobre a importância do tema da parada deste ano.



— Todos vocês têm direito de voltar para casa sem enfrentar a homofobia, sem enfrentar desrespeito e nem agressão. Nada pode afetar o nosso direito de amar, o nosso direito de ser quem somos — disse.



Vestida de branco, a apresentadora e modelo Fernanda Lima, madrinha da parada este ano, disse estar feliz por representar a comunidade LGBT.



— O Estado é laico. A religião é uma opção individual de cada cidadão e não tem nada a ver com o direito civil, com o direito da sociedade como um todo. Vamos ser livres, sejam o que quiserem, desde que estejam dentro da lei — disse, entusiasmada.



A parada deste ano contou com 19 trios elétricos patrocinados por instituições e empresas que apoiam o movimento LGBT. O percurso, de aproximadamente 3,5 km, seguiu da Avenida Paulista em direção à Rua da Consolação.



O show de encerramento aconteceu no Vale do Anhangabaú, com a cantora Tâmara Angel. Segundo os organizadores, 3 milhões de pessoas participam do evento. Até às 15h, a Polícia Militar não havia divulgado o número de participantes. A PM também informou que não registrou nenhuma ocorrência, mas vários participantes queixaram de ladrões de carteiras, bolsas e aparelhos celulares.



Num dia luminoso e com muito sol, durante a parada, dezenas de vendedores ambulantes lucraram bastante oferecendo chapéus, bandeiras gays e acessórios para fantasias. Famílias inteiras acompanharam o desfile e alguns chegaram a colocar enfeites e acessórios coloridos em seus cachorros e gato.



Karin Florez aproveitou a oportunidade para vender belas camisetas com estampas criadas por seu pai, o arquiteto e designer Ricardo Florez.



A empresa Doritos, uma das apoiadoras do desfile deste ano, distribuiu milhares de pacotes com salgadinhos(tacos), preparados com as cores do símbolo gay, o arco íris.



Além da causa da diversidade, a parada também aquece a economia paulistana. Segundo levantamento feito pelo Observatório do Turismo, na parada do ano passado, o gasto médio individual na cidade dos entrevistados foi de R$ 1.502,91 considerando despesas com hospedagem, alimentação, transporte e lazer. Já os paulistanos gastaram, em média, R$ 73,82 na Avenida Paulista durante a parada.



A Prefeitura estima que 20% do público da Parada seja composto por turistas. Cerca de 600 mil pessoas que devem sair de outras cidades, estados e até países para participar do evento e movimentar a economia da capital paulista em aproximadamente R$ 45 milhões.



A Prefeitura de São Paulo investiu aproximadamente R$ 1,5 milhão na infraestrutura do evento - a quantia é a mesma disponibilizada para a edição do ano passado, segundo a gestão João Doria.