Nesse show, Toninho Geraes apresentará seus grandes sucessos: “Muheres”, “Alma Boemia”, “Seu Balancê”, “Uma Prova de Amor”, “Mais Feliz”, “Se a Fila Andar” além de composições do novo trabalho, “Estação Madureira”.
Não dá pra perder !!!
Estação Madureira – Toninho Geraes
Quando veio de Minas, lembrando um samba antigo de Xangô da Mangueira, Toninho Geraes trouxe ouro em pó em melodias e letras. Mas o hoje consagrado autor de sambas cantados pelas rodas do Brasil afora não teve vida fácil, como a grande maioria de seus pares sambistas. Tinha apenas 17 anos, muitos sonhos e dinheiro nenhum. Se virou para sobreviver pelas ruas até encontrar Laudenir Casemiro, o Beto Sem Braço, sambista do galho mais robusto da tamarineira do Cacique de Ramos, que o levou para a companhia de Zeca Pagodinho, Almir Guinéto, Jorge Aragão, Deni de Lima e outros. No rastro desta turma, emplacou o samba “O rato roeu”, na coletânea “Na aba do pagode”, de 1986, que ganhou o Disco de Ouro, com mais de cem mil cópias vendidas. Era o começo da carreira de um dos compositores de maior sucesso da atualidade, autor de clássicos como “Me leva”, na voz de Agepê; “Seu balancê” e “Uma prova de amor”, gravados por Zeca Pagodinho; e “Mulheres”, que, em 1995, ganhou as rádios do país na voz de Martinho da Vila e impulsionou as vendas do disco “Tá delícia, tá Gostoso”.
O sambista que hoje nos leva para uma deliciosa viagem a partir da “Estação Madureira”, seu quinto disco de carreira, não é mais o mineirinho que chegou ao Rio em busca de um lugar ao disputado sol carioca. Ele é um nome forte, um canto com a junção dos sotaques brasileiros, um compositor com a marca de duas fundamentais matrizes do samba. Não há roda em que seus sambas não sejam entoados em uníssono. E não é só isso: Toninho Geraes é onipresente nos pagodes da cidade, figura popular e querida, e voz reverenciada, como uma assinatura, uma digital.
O expresso do samba, que vai de Madureira para a prateleira de cima de qualquer amante do gênero, tem o comando do jovem cavaquinista Alessandro Cardozo, um craque no seu instrumento e já um produtor refinado e reconhecido. Ele também assina alguns arranjos, assim como Ivan Paulo e Jota Moraes.
Geraes dá a partida com “Laço da paixão”, uma das faixas com cara de hit. A música com Paulinho Rezende – com quem fez “Alma boêmia”, sucesso de Toninho, regravado por Diogo Nogueira – traz imagens belíssimas, com a cara da dupla: “Por isso hoje eu vim lhe trazer o meu coração/ Escuta que ele está batendo em seu portão/ Amor é que nem curió, tem ninho, carinho e xodó/ Deu mole, sai voando e deixa a gente só”. A profícua parceria com Rezende apresenta ainda “Doido por xodó”, com ótimos arranjo e acordeão de Kiko Horta; “Um amor só meu”; e “Mais feliz”, música romântica com a cara de Alcione.
Com Toninho Nascimento, outro parceiro recorrente, Geraes nos presenteia com duas pérolas. “Destino” é uma das faixas mais bonitas do disco, e é ele mesmo, o nosso destino, quem canta em primeira pessoa: “Sou mesmo assim desde o tempo que o dia amanheceu/ Se Oxalá dá a vida pra quem vai caminhar/ Quem vai na frente riscando o caminho sou eu”. Já “Aquarela da Amazônia”, uma brincadeira assumida com “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, é um belo samba-enredo de “um bloco que saiu de alguma toca pra colorir a vida com a cor do urucum”. E só quem samba nesse bloco, como diz a letra, “É que entende porque foi que Chico Mendes amou este Brasil”.
Mas quem conhece Geraes sabe que com ele a fila anda. Compositor inquieto, daqueles que sempre tem uma primeira parte de um samba na manga, ele abre seu leque de parcerias, dando vazão à sua criatividade, variando temas e ritmos.
Com Moacyr Luz, companheiro das segundas animadas do carioquíssimo Samba do Trabalhador, no Clube Renascença, no Andaraí, ele assina a autobiográfica “A cara do Brasil”. Os dois cantam juntos – os cantam um para o outro? – versos como “Já vivi de ocasião/ Já mudei de opinião/ Já fui pedra, fui vidraça/ Mas com raça, não fiquei no chão. A cara dos dois.
A Bahia-Minas, estrada natural da música brasileira, é percorrida com o baiano Roque Ferreira, no resignado “Mágoa”. Mombaça, parceiro constante de Mart’nália, se junta a Geraes para reclamar de uma mulher “Ingrata”. Já com Marujo, nosso sambista se deleita no apaixonado “Fragmentos”.
Outro bom momento é “Livro aberto”, parceria com Gilson Roque. Se houvesse um gênero samba-malandro, esse seria um bom representante. “Você me considera assim/ Devasso e boêmio sem nenhum pudor (…)/ Mas você só me considera assim/ Por não ter me aprendido quando me estudou”.
Voz presente e requisitada nas rodas de samba cariocas, Chico Alves divide com Geraes uma homenagem a Nelson Sargento, o grande baluarte Mangueirense, de autoria da dupla. Chico também assina com Marco Pinheiro a única faixa não autoral do disco, o primoroso “Caninana”.

( João Pimentel )
Serviço
TONINHO GERAES no Show ESTAÇÃO MADUREIRA
Produção e Assessoria de Imprensa: João Luiz Azevedo
Sala Municipal Baden Powell
Av. Nossa Senhora de Copacabana 360 – Tel. (21) 2547-9147
Dia 05/07 – 5af 20h
Preço dos Ingressos: R$ 70,00 / R$ 35,00 ( meia )
Tempo de duração: 70 minutos
Livre para todas as idades
Gênero: Musical