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quinta-feira, 28 de junho de 2018

Toninho Geraes em Estação Madureira na Sala Municipal Baden Powell

O cantor e compositor TONINHO GERAES que faz parte de um grupo de compositores de samba cujas músicas conseguem agradar públicos além daqueles acostumados a frequentar as tradicionais rodas de samba, apresentará seu show ESTAÇÃO MADUREIRA, na Sala Municipal Baden Powell (Av. Nossa Senhora de Copacabana 360), no dia 05 de julho/2018, 5af 20h.

Nesse show, Toninho Geraes apresentará seus grandes sucessos: “Muheres”, “Alma Boemia”, “Seu Balancê”, “Uma Prova de Amor”, “Mais Feliz”, “Se a Fila Andar” além de composições do novo trabalho, “Estação Madureira”.

Não dá pra perder !!!

Estação Madureira – Toninho Geraes
Quando veio de Minas, lembrando um samba antigo de Xangô da Mangueira, Toninho Geraes trouxe ouro em pó em melodias e letras. Mas o hoje consagrado autor de sambas cantados pelas rodas do Brasil afora não teve vida fácil, como a grande maioria de seus pares sambistas. Tinha apenas 17 anos, muitos sonhos e dinheiro nenhum. Se virou para sobreviver pelas ruas até encontrar Laudenir Casemiro, o Beto Sem Braço, sambista do galho mais robusto da tamarineira do Cacique de Ramos, que o levou para a companhia de Zeca Pagodinho, Almir Guinéto, Jorge Aragão, Deni de Lima e outros. No rastro desta turma, emplacou o samba “O rato roeu”, na coletânea “Na aba do pagode”, de 1986, que ganhou o Disco de Ouro, com mais de cem mil cópias vendidas. Era o começo da carreira de um dos compositores de maior sucesso da atualidade, autor de clássicos como “Me leva”, na voz de Agepê; “Seu balancê” e “Uma prova de amor”, gravados por Zeca Pagodinho; e “Mulheres”, que, em 1995, ganhou as rádios do país na voz de Martinho da Vila e impulsionou as vendas do disco “Tá delícia, tá Gostoso”.

O sambista que hoje nos leva para uma deliciosa viagem a partir da “Estação Madureira”, seu quinto disco de carreira, não é mais o mineirinho que chegou ao Rio em busca de um lugar ao disputado sol carioca. Ele é um nome forte, um canto com a junção dos sotaques brasileiros, um compositor com a marca de duas fundamentais matrizes do samba. Não há roda em que seus sambas não sejam entoados em uníssono. E não é só isso: Toninho Geraes é onipresente nos pagodes da cidade, figura popular e querida, e voz reverenciada, como uma assinatura, uma digital.

O expresso do samba, que vai de Madureira para a prateleira de cima de qualquer amante do gênero, tem o comando do jovem cavaquinista Alessandro Cardozo, um craque no seu instrumento e já um produtor refinado e reconhecido. Ele também assina alguns arranjos, assim como Ivan Paulo e Jota Moraes.

Geraes dá a partida com “Laço da paixão”, uma das faixas com cara de hit. A música com Paulinho Rezende – com quem fez “Alma boêmia”, sucesso de Toninho, regravado por Diogo Nogueira – traz imagens belíssimas, com a cara da dupla: “Por isso hoje eu vim lhe trazer o meu coração/ Escuta que ele está batendo em seu portão/ Amor é que nem curió, tem ninho, carinho e xodó/ Deu mole, sai voando e deixa a gente só”. A profícua parceria com Rezende apresenta ainda “Doido por xodó”, com ótimos arranjo e acordeão de Kiko Horta; “Um amor só meu”; e “Mais feliz”, música romântica com a cara de Alcione.

Com Toninho Nascimento, outro parceiro recorrente, Geraes nos presenteia com duas pérolas. “Destino” é uma das faixas mais bonitas do disco, e é ele mesmo, o nosso destino, quem canta em primeira pessoa: “Sou mesmo assim desde o tempo que o dia amanheceu/ Se Oxalá dá a vida pra quem vai caminhar/ Quem vai na frente riscando o caminho sou eu”. Já “Aquarela da Amazônia”, uma brincadeira assumida com “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, é um belo samba-enredo de “um bloco que saiu de alguma toca pra colorir a vida com a cor do urucum”. E só quem samba nesse bloco, como diz a letra, “É que entende porque foi que Chico Mendes amou este Brasil”.

Mas quem conhece Geraes sabe que com ele a fila anda. Compositor inquieto, daqueles que sempre tem uma primeira parte de um samba na manga, ele abre seu leque de parcerias, dando vazão à sua criatividade, variando temas e ritmos.

Com Moacyr Luz, companheiro das segundas animadas do carioquíssimo Samba do Trabalhador, no Clube Renascença, no Andaraí, ele assina a autobiográfica “A cara do Brasil”. Os dois cantam juntos – os cantam um para o outro? – versos como “Já vivi de ocasião/ Já mudei de opinião/ Já fui pedra, fui vidraça/ Mas com raça, não fiquei no chão. A cara dos dois.

A Bahia-Minas, estrada natural da música brasileira, é percorrida com o baiano Roque Ferreira, no resignado “Mágoa”. Mombaça, parceiro constante de Mart’nália, se junta a Geraes para reclamar de uma mulher “Ingrata”. Já com Marujo, nosso sambista se deleita no apaixonado “Fragmentos”.

Outro bom momento é “Livro aberto”, parceria com Gilson Roque. Se houvesse um gênero samba-malandro, esse seria um bom representante. “Você me considera assim/ Devasso e boêmio sem nenhum pudor (…)/ Mas você só me considera assim/ Por não ter me aprendido quando me estudou”.

Voz presente e requisitada nas rodas de samba cariocas, Chico Alves divide com Geraes uma homenagem a Nelson Sargento, o grande baluarte Mangueirense, de autoria da dupla. Chico também assina com Marco Pinheiro a única faixa não autoral do disco, o primoroso “Caninana”.

Toninho Geraes já frequenta há tempos a nossa galeria de grandes autores e, nas rodas, assim como neste mais recente trabalho, também se destaca como um ótimo intérprete de seus sambas. Quem já viu nosso sambista ao vivo sabe do que estou falando.

( João Pimentel )

Serviço
TONINHO GERAES no Show ESTAÇÃO MADUREIRA
Produção e Assessoria de Imprensa: João Luiz Azevedo
Sala Municipal Baden Powell
Av. Nossa Senhora de Copacabana 360 – Tel. (21) 2547-9147
Dia 05/07 – 5af 20h 
Preço dos Ingressos: R$ 70,00 / R$ 35,00 ( meia )
Tempo de duração: 70 minutos
Livre para todas as idades
Gênero: Musical