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terça-feira, 6 de setembro de 2016

BOSSA NOVA FEZ HISTÓRIA NO PARQUE MADUREIRA E DEIXOU SAUDADE





Marcos Valle foi o convidado do último show do projeto “Madureira cheia de bossa”, comandado por Paula e Jaques Morelenbaum


Repertório perfeito. Músicos de primeira. Plateia lotada. Emoção. Não faltou nada disso no último show do projeto “Madureira cheia de bossa”, iniciado em maio e encerrado no último domingo, dia 4 de setembro, na Arena Fernando Torres, no Parque Madureira. No palco, estavam Jaques e Paula Morelembaum, anfitriões da série de shows, e o convidado Marcos Valle. Juntos, cantaram clássicos da bossa nova e sucessos dos artistas que passaram por lá durante o projeto: Carlos Lyra, Wanda Sá, Roberto Menescal, João Donato e o próprio Valle.



Emocionados estavam todos. Desde o idealizador do “Madureira cheia de bossa”, o jornalista e produtor Vagner Fernandes, até o público que lotou a arena, passando por cada um dos artistas. “Achei o público fantástico e participante, conhecendo tudo e aplaudindo muito. É um público que todo artista quer ter”, vibrava Marcos Valle.

O cantor e compositor contou várias histórias, inclusive a de que quase foi gravado por Frank Sinatra. Revelou também que foi pego de surpresa na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio. Ele havia dado autorização para a Rio 2016 tocar “Samba de verão”, dele e do irmão Paulo Sérgio Valle, mas não imaginava que seria a canção escolhida para abrir a festa vista e elogiada nos quatro cantos do planeta.

A cantora Paula Morelenbaum também era só alegria! Agradeceu ao público pela parceria ao longo dos últimos cinco meses e, em especial, ao idealizador do projeto e à toda equipe da Arena Fernando Torres. Missão cumprida. Esforços reconhecidos.



“O ‘Madureira cheia de bossa’ provou que todo e qualquer estigma imposto às periferias em função de uma suposta incompreensão estético-musical é infundado e absolutamente cruel, já que a linguagem da música é universal”, desabafou Vagner, feliz com o sucesso da bossa nova em Madureira. 

A Arena Fernando Torres ficou  tomada, gente de pé e fãs voltando do portão. Do palco, Paula reconhecia espectadores que vinham prestigiando o projeto desde o início. E tinha gente de vários pontos do Rio de Janeiro.

Maria da Conceição, 71 anos, saiu de Campo Grande, mais uma vez, para assistir ao show: “Não podia perder o encerramento justamente agora que já virei sócia do projeto”. No camarim, ela comprou o CD “Água”, de João Donato e Paula Morelenbaum, que autografou na hora para a fã.

Já Vânia Martins, que mora em Copacabana, viu reportagem na TV falando do show e foi conferir de perto, aproveitando para conhecer o Parque de Madureira: “Não importa a distância, gosto de música boa. Gostei do local, das pessoas e do show completo”.

Quem não precisou andar muito para curtir o espetáculo foi Márcia Pereira, 47 anos, moradora de Madureira, que também comprou o CD e ganhou autógrafo: “Gosto de bossa nova, mas não tenho condições financeiras de ir aos shows na Zona Sul. Fica muito caro!”

E há quem tenha feito do “Madureira cheia de bossa” um programa familiar. Evandro Jatobá, de 53 anos, mora perto, em Rocha Miranda, e levou todo o pessoal de casa: mulher e três filhos. O mais novo, Rafael, de 13 anos, surpreendeu Marcos Valle com seu interesse pela bossa nova. O irmão mais velho disse que o interesse era de toda a família: “Somos fãs de bossa nova; especialmente, do trabalho de Marcos Valle.  A Arena Fernando Torres veio para suprir nossa carência de grandes shows”, destacou Pedro Jatobá, de 19 anos.

Todos já estão sentindo saudades: idealizador, artistas e, claro, o público! Agora Madureira anseia por novidades. Mais um desafio para Vagner Fernandes!

Fotos: Rafael Moraes

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