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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Num domingo de quase primavera, milhares de pessoas defendem a liberdade religiosa

De Luiz Carlos Lourenço
Fotos de Daniel Marques

Cerca de 50 mil pessoas, das mais diferentes idades e de todas s classes sociais, caminharam pacificamente na Avenida Atlântica, depois de se concentrarem no Posto Seis, com um brado ecumênico em que a tônica era punição e respeito à liberdade das crenças religiosas. Foi a décima edição de uma manifestação em e punição. Estas foram as palavras de ordem durante a caminhada em defesa da liberdade religiosa promovida na orla de Copacabana na tarde deste domingo pela Comissão de Combate à Intolerância.

A caminhada teve início às 13h e durou cerca de duas horas. Os organizadores estimam um total de 50 mil pessoas no ato e a grande maioria estava vestida de branco. Muita gente criticava a ausência de um representante da área de segurança para que explicasse os recentes casos de agressão e terrorismo contra as religiões. No fim da caminhada, líderes religiosos pediram paz e ação do Estado no sentido de transformar atos de intolerância em terrorismo.

- Há uma perigosa mistura de traficantes de drogas com fanáticos de outras religiões, que inclusive estão por trás de casos de violência que vieram à tona nas redes esta semana – disse do alto do carro de som Ivanir dos Santos, que cobrou das autoridades uma posição mais enérgica contra os crimes de intolerância.

E acrescentou: “a motivação dessa caminhada é igual a da primeira, que aconteceu em 2008. Isso mostra que os poderes legislativo, executivo e judiciário não fizeram nada. Mostramos uma reação bem forte, porque hoje não reunimos as pessoas da Umbanda, tínhamos evangélicos e outros grupos conosco. Nós estamos aqui, mas uma coisa é o estado, e outra é a sociedade civil. Cabe ao poder público tomar medidas concretas para que esses crimes sejam reconhecidos como tal e punidos. A comunidade tem que ficar vigilante e ser ouvida. As autoridades têm que aplicar uma lei mais severa e o Governo Federal deveria reconhecer que isso é um problema”. Informou também que irá se reunir na próxima sexta-feira com Eduardo Gussem, procurador geral de Justiça do Rio.