Por Luiz Carlos Lourenço
Fotos: Daniel Marques
As duas salas do cinema Roxy, em Copacabana, ficaram inteiramente lotadas ontem à noite, numa avalanche de celebridades, na pré estréia do primeiro trabalho de Leandra Leal, DIVINAS DIVAS, como diretora. A obra, que certamente irá abiscoitar vários prêmios no Brasil revela um mergulho nas almas dos mais famosos transformistas brasileiros e conta também toda a saga e trajetória da família Leal, que há mais de 80 anos mantém o Teatro Rival como um dos polos de maior resistência cultural na Cidade Maravilhosa.
Difícil mencionar um nome de famoso que não estava lá. De Gloria Perez a Vera Holtz, de Rodrigo Faour a Luciene Franco. Cauã Reymond, aliás, estava muito bem acompanhado de Mariana Goldfarb, que chamava a atenção dos presentes pelo modelito decotado e mostrando a barriga sequinha. Mas Cauã era o alvo dos fotógrafos quando ficava ao lado de Rogéria, Jane Di Castro e as demais transformistas do espetáculo.
A autora Glória Perez, o produtor musical e escritor Rodrigo Faour, a atriz Vera Holtz, o escritor Márcio Paschoal, Sergio Jaguaribe, o humorista Luis Lobianco, os atores Michel Melamed, Andreia Horta, Rudy, isabelita dos Patins e Juju Maravilha, Letícia Colin, Sophie Charlotte,Betty Faria, Bruna Linzmeyer, Maria Flor e Deborah Evelyn foram alguns notáveis que marcaram presença no evento.
Rogéria, que prepara-se para lançar o livro sobre sua carreira, era uma das mais paparicadas pelo público. Do grupo das Divinas Divas a única ausente foi Eloína, que está atualmente em Paris, realizando contatos artísticos para a sua carreira. Outra sentida falta foi a de Marquesa, que faleceu no ano passado e que recebeu calorosos aplausos, durante a exibição do filme.
Em meio aos atropelos dos fotógrafos e jornalistas, a atriz e produtora Ângela Leal confessava que os últimos momentos estão fazendo bater muito forte seu coração. " É muita alegria conferir o sucesso da Leandra, como atriz e agora como diretora. Ela perpetuou para sempre o sucesso destas poderosas artistas, o sucesso árduo e permanente do Teatro Rival e a tradição da família Leal, que passou de pai para a filha e desta para a neta.
Ângela também dizia estar entusiasmada com a alegria de curtir sua neta.
" Eles guardaram tudo em segredo até que me trouxeram uma moreninha linda, de dois anos, que samba aos dois anos como uma verdadeira cabrocha. A Leandra e o Alê optaram por manterem segredo por muito tempo sobre a adoção, obtida recentemente, e apenas os parentes mais próximos tinham conhecimento da criança".
Leandra, aos 36 anos tinha grande vontade de ser mãe e dar um neto, no caso uma neta, para sua mãe
Jane Di Castro era uma das divinas divas mais emocionadas ao término do filme, principalmente porque reviu na tela o depoimento apaixonado do seu companheiro, com quem está casada há 49 anos. Ele restabelece-se recupera-se de uma grave doença e está em tratamento em sua cidade, Goiânia.
"A Leandra realmente conseguiu realizar, desde a abertura da película, uma viagem espetacular em nossas vidas e nossas almas.Ela mergulhou fundo. Valeu a espera pela conclusão deste filme magnífico.
Rodrigo Faour, que também muito empolgado com o filme, desabafou:
E confesso que estou emocionado e arrebatado. Num momento de tanta caretice e retrocesso político, a ponto de uns desocupados no Congresso votarem contra as travestis portarem seus nomes de mulher nos documentos, a obra dirigida desta excelente atriz, agora estreando como diretora, é um filme que já nasce clássico. Eu assinaria tranquilamente um trabalho lindo como este. Mil parabéns à Leandra e toda família Leal.", disse.