De Luiz Carlos Lourenço
Fotos de Daniel Marques
Os cantores e compositores Marceu Vieira e Tania Malheiros, ambos jornalistas, voltaram a cantar juntos pela segunda vez nesta terça-feira, dia 8, no Bar Cariocando, Rua Silveira Martins 139, no Catete, às 20h30. A dupla foi apresentada pelo musicólogo, diretor, colunista, pesquisador e jornalista Ricardo Cravo Albin, que elogiou a ideia do show da dupla homenageando as mulheres brasileiras.
No repertório, Tânia e Marceu cantaram muitos dos seus sucessos, juntos e separados e levaram o público ao delírio ao cantaram um sequência de sambas célebres, a começar por "Pelo Telefone", de Donga e Mauro de Almeida, o primeiro registrado na Biblioteca Nacional, em 1916, e muito mais. Marceu cantou composições próprias como “Samba de amor Sincero”, parceria com Lucas Porto entre outras e Tania apresentou sambas de sua autoria, além de cantar sucessos de Délcio Carvalho, Pixinguinha, João Nogueira e Wilson Moreira, passando por pérolas de Xangô da Mangueira.
A dupla se apresentou acompanhada dos músicos Kiko Chavez (violão), Gabriel Buzunga (percussão) e Santista Carlos (cavaquinho). A produção da bela noitada de samba foi de Paulo Marinho e Ricardo Cravo Albin.
Num dos intervalos do belo show da noite de ontem, apresentou-se também o renomado músico Mauricio Maestro, conhecido desde a época nobre dos festivais como cantor, arranjador, instrumentista (baixo elétrico e violão) e compositor carioca.
Maurício, que fará um espetáculo no Cariocando no próximo dia 22 de março, uma terça-feira, nasceu no Rio de Janeiro, passando sua infância na Tijuca, na Rua Açoriano de Souza, próxima da Praça Sans Pena. Começou sua carreira profissional integrando o grupo vocal Momento quatro, juntamente com David Tygel, Zé Rodrix e Ricardo Vilas, grupo que acompanhou Edu Lobo em 1967 na apresentação de "Ponteio", no Festival da Rede Record. A partir de 1969 inicia no baixo elétrico estreando profissionalmente como baixista em 1970 e integrante do grupo A Sagrada Família.
Foi o arranjador do sucesso de Marcos e Paulo Sérgio Valle "Mustang cor de sangue", gravada por Marcos Valle. Em 1971 formou o trio de Rock Progressivo Paulo, Cláudio & Maurício. O trio era formado por Maurício Maestro (baixo e voz), os irmãos gêmeos Paulo Guimarães (flauta e voz) e Cláudio Guimarães (guitarra e voz) ou PCM. Em 1972 gravaram um compacto duplo (4 músicas) acompanhados, como convidado, do batera Gustavo Schroeter (ex A Bolha e futuro Veludo e A Cor Do Som).
No mesmo ano o trio participa do lp de Marcos Valle, o também progressivo Ventos Sul (neste disco há a música "Vôo Cego", composta por Cláudio Guimarães, foi tocada pelo PCM acompanhado de Vinícius Cantuária da banda O Terço na bateria e Fredera da banda Som Imaginário na guitarra, mas, curiosamente, sem o Marcos Valle). PCM foi um dos grupos precursores do rock progressivo brasileiro, a banda sobreviveu no cenário artístico até 1974, interpretando composições próprias.
De 1975 a 1977, Maurício Maestro atuou em dupla com a cantora e compositora Joyce. Em 1978 fundou o conjunto Boca Livre juntamente com David Tygel, Zé Renato e Claudio Nucci.