
No próximo dia 23/05, o Ministério Público Federal vai promover uma audiência para debater o reconhecimento de João Cândido, o Almirante Negro, como herói nacional. O procurador Júlio José Araujo Junior vai ouvir os líderes do movimento para discutir quais medidas legais podem ser tomadas para garantir que a reivindicação seja concretizada.
O Movimento que fez o pedido é de São João do Meriti, na Baixada Fluminense, onde João Cândido viveu seus últimos anos.
Um dos objetivos é incluir o nome de João Cândido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, uma publicação feita com folhas de aço, que fica guardada no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília. O livro conta atualmente com 52 homenageados, figuras consideradas essenciais na construção histórica do país.
Em 1910, João Cândido liderou, na Baía de Guanabara, o movimento que ficou conhecido como a Revolta da Chibata, pela qual os marinheiros mais humildes da Marinha Brasileira, quase todos negros, se rebelaram contra os castigos físicos impingidos pelos oficiais.
À época o nome “O Almirante Negro” ganhou destaque na imprensa. Décadas depois, o nome virou o título do samba que João Bosco e Aldir Blanc compuseram em 1975 para homenageá-lo, seis anos após ter morrido pobre e com câncer. O samba acabou sendo chamado de “O Mestre Sala dos Mares”, para poder passar pela Censura. A música fez sucesso na voz de Elis Regina e do próprio João Bosco.