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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Parada volta a colorir as ruas do Rio de Janeiro, já saudoso dos grandes eventos

De Luiz Carlos Lourenço 

Fotos de Daniel Marques

Milhares de pessoas ocuparam neste domingo as ruas de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na realização da 23ª parada LGBTI, que por várias horas encheu de cores e alegrias a Avenida Atlântica, na orla carioca. O tema do evento era “Vote em ideias, não em pessoas”. Durante o desfile, o superintendente de políticas públicas LGBT do governo do Rio de Janeiro, Ernane Alexandre Pereira, lembrou que, a cada 19 horas, uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil. Ele pleiteia que os candidatos a cargos eletivos promovam “políticas públicas para grupos LGBT, com uma plataforma que olhe um pouco mais para esta comunidade, com segurança, educação, saúde e assistência”.



“Queremos o político que se comprometa com esta pauta, que deixe de ser uma política de governo e passe a ser uma política de Estado”, disse.



A Parada do Orgulho LGBTI do Rio de Janeiro foi fundada em 1995 e desde então tornou-se um dos mais importantes atos políticos do movimento LGBT do Brasil.  Este ano, o desfile teve como objetivo principal despertar na comunidade LGBTI um maior engajamento e participação nesse momento político, escolhendo candidatos que tenham compromisso com as causas e lutas em prol do respeito e diversidade. No desfile, observaram-se duras críticas ao ausente prefeito da cidade, o bispo Marcelo Crivella e também ao candidato à presidência Jair Bolsonaro, um dos maiores alvos dos ataques dos participantes da festa.



De acordo com Almir França, um dos organizadores, a parada representou também, um ato político. “Nossos direitos, nossa cidadania e, principalmente, nossas vidas dependem das escolhas que faremos nas urnas ”, explicou.



A festa  foi prestigiada também por representantes do governo britânico, que levou o bloco “Love is Great” ('Amar é Ótimo', em tradução livre) em apoio à parada deste ano. O cônsul britânico no Rio, Simon Wood, disse se orgulhar em fazer parte desta edição do cortejo. “Participar neste ano da Parada da Diversidade Rio, e pela primeira vez, com nossos parceiros e amigos do Consulado Britânico, é realmente um orgulho para toda a equipe. Nossa marca 'Love is Great' é uma celebração da diversidade e do apoio aos direitos humanos, incluindo os direitos LGBTI”, afirmou.



Foi perceptível ver a alegria do público em participar de um evento que dá visibilidade ao público LGBTI+. Casais héteros e gays estavam reunidos e drags alegravam os presentes com suas performances. “É de grande importância fazer parte deste evento, principalmente quando é pra promoção e luta dos direitos LGBTQI+. Vim a convite do consulado britânico e isso só faz fomentar a nossa arte” explicou a drag e musa de time gay de futebol Beescats, Bárvarah Páh.



“A gente só quer demonstrar que o amor sempre vence. Ele vence o ódio, o orgulho e, principalmente, o preconceito”, relatou, ao lado de sua companheira, a estudante de Ciências Sociais da Uerj, Liliane Vargas.



A atriz Nanda Costa e a namorada, Lan Lanh , também marcaram presença na Parada LGBT em Copacabana. As duas apresentaram parte do evento em cima do trio elétrico e trocaram beijos, recebendo aplausos do público. Usando um body vermelho cavado, Nanda dançou em cima do carro de som e trocou carinhos com a artista. Este é o segundo ato que elas participaram neste final de semana: um dia antes, sábado (29), elas estiveram na Praça da República, no Centro do Rio de Janeiro, na manifestação do #EleNão, contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, do PSL.