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terça-feira, 31 de julho de 2018
Dia 1 - Estreia de 'Por Elas', assinada pelo advogado e dramaturgo Ricardo Leite Lopes em parceria com a diretora teatral Sílvia Monte, de graça, no Museu da Justiça - Centro Cultural do Poder Judiciário (CCMJ)
A violência contra a mulher é o tema da peça POR ELAS, que estreia na quarta-feira, 1º de agosto, no Museu da Justiça - Centro Cultural do Poder Judiciário (CCMJ). Originada de retalhos de histórias reais, a dramaturgia de POR ELAS, assinada pelo advogado e dramaturgo Ricardo Leite Lopes em parceria com a diretora teatral Sílvia Monte, passeia pelo épico e pelo dramático, pelos tempos presente e passado. Cada uma das sete personagens femininas carrega histórias reais de outras tantas mulheres brasileiras. A figura masculina – evocada pelas lembranças das mulheres – provoca a reflexão do que o homem representa para elas dentro desse universo perverso de “amor e ódio”, “submissão e poder”, das relações entre mulheres e homens, numa sociedade patriarcal e machista. Por último, os coros de “mulheres” e “homens” espelham o sentimento, o preconceito, a dor, a violência e as ambiguidades da nossa sociedade frente à violência de gênero. O elenco é formado por Adriana Seiffert, Ana Flávia, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, Anderson Cunha, Lucas Gouvêa.
“A questão da violência contra a mulher é um tema que não pode deixar de ser pensado na arena da dramaturgia brasileira. O teatro, ao representar os conflitos e as ambiguidades do humano, acolhe e aproxima - de forma menos cruel - as pessoas da realidade. O espetáculo se propõe a ser um espaço de comunicação, sensibilização e visibilidade para o fenômeno da violência de gênero. Precisamos pensar sobre essa questão, e o teatro é um lugar ideal para atingir mentes e corações”, defende Sílvia Monte, diretora do espetáculo e idealizadora do projeto.
A ficha artística é composta por mulheres: Luci Vilanova assina o figurino que dialoga com a economia de elementos, equaliza o grupo de mulheres e ao mesmo tempo individualiza cada uma delas nos pequenos detalhes da indumentária; Ana Luzia de Simoni é responsável pela iluminação que uniformiza, compartimenta e dramatiza a cena; Maira Freitas cria a trilha com músicas originais inspiradas a partir de elementos sonoros das histórias dos personagens; Nena Braga joga com sombra e luz, força e letras que perpassam e atingem o alvo - o nome da peça - na marca da sua identidade visual.
Marcada pela simplicidade de elementos, a cena proposta por Sílvia Monte está disposta em arena e ambientada apenas por bancos e praticáveis. As relações que se formam entre épico e dramático, passado e presente, homem e mulher, indivíduo e grupo, elenco e público, são demarcadas basicamente pelo desenho de cena, interpretação e luz. A cena é conduzida pelos dois vetores que sustentam a dramaturgia: de um lado, os relatos, permeados de violência; e do outro, a relação ambígua que se estabelece no grupo de mulheres, unidas na dor e na vergonha de serem maltratadas pelos seus parceiros.
Inspirado pela pauta que o Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro desenvolve no combate à violência doméstica, o CCMJ, por meio do programa “Teatro na Justiça”, iniciou em 2016 estudos sobre o tema, com o objetivo de criar uma peça que contribuísse com a reflexão, a prevenção e o enfrentamento da violência contra a mulher pela sociedade brasileira.
“A peça trata do ‘círculo da violência’ e do ‘feminicídio’, assassinato cometido contra a mulher em razão desta condição, em geral praticado por alguém do âmbito doméstico e familiar. O feminicídio é um crime anunciado, precedido por outras formas de agressão que formam o ‘ciclo da violência’, e portanto passível de prevenção”, alerta a diretora, acrescentando que “os números assombrosos da violência perpetrada contra as mulheres refletem um problema social que deve ser encarado pela sociedade em frentes variadas: na família, na escola, no trabalho, inclusive na arte”. Sílvia Monte conclui com uma frase do dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt: “O que interessa a todos, só todos podem resolver.”
Sinopse: Um grupo de mulheres desconhecidas entre si que, em comum, têm a violência na sua vida amorosa, se reúne para falar sobre suas histórias. Conforme os relatos vão acontecendo, os conflitos, preconceitos, a dor e a própria violência surgem no grupo.
SERVIÇO
POR ELAS - de Sílvia Monte [texto e direção] e Ricardo Leite Lopes [texto]. Elenco: Adriana Seiffert, Ana Flávia, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, Anderson Cunha, Lucas Gouvêa.
De 1º de agosto a 1º de setembro, de quarta-feira a sábado, às 19h.
Entrada gratuita, com distribuição de senhas às 18h30.
Recomendação Etária: 14 anos.
Duração: 80 minutos.
Local: CCMJ, Sala Multiuso, Antigo Palácio da Justiça, Rua Dom Manuel, 29, Centro, Rio de Janeiro – RJ.
FICHA TÉCNICA
Texto: Sílvia Monte e Ricardo Leite Lopes
Direção: Sílvia Monte
Elenco: Adriana Seiffert, Ana Flávia, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, Anderson Cunha, Lucas Gouvêa.
Figurinos: Luci Vilanova
Assistente de Figurino: Monique Rosa
Trilha Sonora Original: Maíra Freitas
Iluminação: Ana Luzia de Simoni
Identidade Visual: Nena Braga
Fotografias: Vini Couto / Marcelo Carnaval
Diretor Assistente: Anderson Cunha
Operação de Som: Maíra Lemos
Operação de Luz: Cris Ferreira
Diretora de Produção: Viviani Rayes
Produtor Executivo: Yashar Zambuzzi
Produção: Rayes Produções Artísticas
Idealização: CCMJ
Realização: Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
Sobre o CCMJ
O Museu da Justiça – Centro Cultural do Poder Judiciário reúne as atividades museológicas e culturais promovidas pelo Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro. Sua missão é preservar e difundir a memória do Judiciário, além de cultivar e disseminar valores de Justiça, por meio da cultura e da arte, contribuindo com a pacificação social. A Agenda Cultural do PJERJ promovida pelo CCMJ, desenvolvida desde janeiro de 2011, é gratuita e aberta ao público e tem como objetivo principal fomentar a aliança saudável entre Judiciário e Sociedade, enriquecendo e ampliando a atuação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro como polo promotor de transformação social.