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quarta-feira, 21 de março de 2018

Direitos Humanos: Racismo — cancro social

Foto: Arquivo BV
Originalmente publicado no site do Paiva Netto

Artigo publicado nos jornais de Brasília e A Tribuna, edições 18 e 21 de março de 2014. | Atualizado em março de 2018

Em 20 de março, no hemisfério sul, onde o Brasil está localizado, tem início o outono. A estação lembra os tempos de maturidade, espírito do qual devemos nos revestir para lidar com os desafios diários. Um deles — sem dúvida uma tarefa para todos os brasileiros, sejam brancos, negros ou mestiços — é o combate ao racismo em todas as suas torpezas.

Não é de hoje que levanto minha voz contra esse cancro da sociedade, inclusive porque, como a maioria dos brasileiros, tenho sangue negro. Desde a década de 1980, a imprensa do Brasil e do exterior vem publicando vários de meus artigos, em que exalto o valor da raça negra, a exemplo de “Apartheid lá e Apartheids cá”, “Racismo é obscenidade”, “A miscigenação do mundo é inevitável” e tantos outros.

É muito sugestivo, portanto, que, em 21 de março, alvorecer do outono no país, celebremos o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. A data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1969, homenageia os 69 sul-africanos assassinados em 1960, durante um confronto com a polícia. Eles protestavam contra a “Lei do passe”, que impedia o direito de ir e vir da população negra. “Massacre de Sharpeville”, assim ficou conhecido esse lamentável episódio em Joanesburgo, na África do Sul, que colocou mais uma mancha de sangue na história da Humanidade.

Enquanto houver uma criatura cruelmente discriminada, o currículo humano estará maculado. Perseveremos, pois, no trabalho de congraçar, pelo Ecumenismo dos Corações, as etnias existentes no mundo.

Foto: Vivian R. Ferreira
Leitura e Interpretação
Daí primarmos por levar educação de qualidade às crianças e aos jovens das escolas da LBV e de seus programas socioeducativos. Alimentados de valores espirituais, humanos, éticos e de cidadania, eles serão os multiplicadores de práticas construtoras da Paz e do progresso sustentável para as comunidades do planeta.

O Programa Permanente de Incentivo à Leitura e Interpretação da Informação, que aplicamos na rede de ensino da LBV, tem igualmente esse propósito. O Resumo da Semana, de circulação interna, do Conjunto Educacional Boa Vontade, em São Paulo/SP, destaca que “a leitura e a escrita são imprescindíveis para a inclusão do indivíduo na sociedade letrada, cabendo à escola o papel de sistematizar esses saberes”. A iniciativa, aliada a todas as disciplinas da matriz curricular, atende alunos desde o Berçário ao Ensino Médio.

Alunos participam de atividade recreativa no pátio do Conjunto Educacional Boa Vontade na capital paulista. Foto: Arquivo BV


Temos ainda a notícia de que “o resultado positivo dessas ações é comprovado no desempenho de nossos educandos em exames que exigem proficiência em leitura e interpretação de texto. Em 2013, por exemplo, os alunos, da capital paulista, Pedro Furtado, Letícia Dutra e Michael Araújo conquistaram o 1o, 2o e 3o lugares na Categoria 2a série do Ensino Médio, do simulado promovido pelo Sistema Educacional Universitário”. E conclui a publicação: “Os alunos Giovanna de Melo e Matheus Lombardi obtiveram o 2o e 3o lugares na Categoria 3 a série. Coube ao Ensino Médio do Conjunto Educacional Boa Vontade o 1o lugar num ranking geral de 80 escolas participantes”. Hoje, esses jovens estudam em diversas universidades, a exemplo da Universidade de São Paulo (USP)  e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), entre outras.


José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem "o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno".