De Luiz Carlos Lourenço
Fotos de Marcelo Castello Branco e divulgação
Com a casa inteiramente lotada, a internacional cantora e atriz WATUSI, bem mais magra e exuberante, aos 65 anos, apresentou, na noite de ontem, o espetáculo "Uma Nova Era", no Theatro Net Rio, em Copacabana, dando início a uma tournée onde apresentará este show por várias cidades brasileiras, logo após o carnaval. A nova jornada artística começa por duas noites no Teatro Municipal de Niterói, a partir de 15 de março, onde também terá montada uma exposição sobre sua vitoriosa carreira.
Num período em que decidiu voltar com força total à sua vida artística no Brasil, WATUSI prepara-se para lançar, ainda este ano, um livro sobre sua biografia, além de um curta e um longa metragem de toda sua vitoriosa jornada artística, que estão sendo capitaneados por seu produtor e diretor, Rodrigo Zampronni.
WATUSI foi delirantemente aplaudida por uma platéia repleta de dezenas de notáveis, destacando-se o diplomata e ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, o musicólogo, diretor, produtor e apresentador Ricardo Cravo Albin, os cantores Agnaldo Timóteo e Dover Manifold, Dhu Moraes, Tetê Cavalckanti, Alice Braga, o produtor teatral Luka Pereira, o fotógrafo e musicólogo Marcelo Castello Branco, os atores Luca Machado e Paula Goodarth, a designer e diretrice Ingrid Ohrstrom, o bailarino e produtor teatral Celso Almeida, a produtora e diretora de shows, Deyseh Lucide Martins, Elizabeth Mello Santos, Poly Gomes, a advogada Celia Villas Boas, o ator Sebastião Filho, Kau Maracanã, Amaro Leandro Barbosa, Antonio Leonardo Freitas, o ator José Carlos Sanches, a atriz e modelo Lika Oliveira e Andre Auler.
No espetáculo, acompanhada por uma banda com cinco excepcionais músicos e três backing vocals, a artista contou também com a participação especial da cantora e compositora GLORIA LARAUJO, que interpretou lindamente sua última composição "Está fazendo falta", cantando também esta canção em dueto com WATUSI.
No desenvolvimento do show, WATUSI, como é habitual às grandes estrelas, trocou o figurino por cinco vezes, usando criativos modelos trabalhados, criações do estilista Edson Eduardo Alexandre.
Durante todo o espetáculo, cantando em francês, inglês, espanhol e italiano, além de grandes pérolas da MPB em português, WATUSI contou passagens marcantes de sua carreira, destacando os quase cinco anos em que foi a grande estrela do Moulin Rouge e em outras apresentações em cidades européias, como Barcelona, Roma e Madrid.
Ao final do espetáculo, aplaudida de pé ao voltar para o bis, WATUSI interpretou alguns sucessos internacionais como My Way e We Are The Champions, imortalizado por Fredie Mercury.
CARREIRA DE SUCESSO
Descoberta pelo produtor Abrahão Medina, da TV Globo, em 1969, não demorou muito para que Watusi despontasse no meio artístico.
De 1978 a 1982, ela foi a principal estrela do Moulin Rouge, em Paris. Considerada a vedete mais bem paga da Europa, ganhava US$ 25 mil por mês para cantar e dançar duas vezes por dia, sete dias por semana. Aclamada pelo público – atraía para a platéia gente de porte, como os atores Silvester Stallone e Raquel Welch, o músico Yves Montand, e chegou a dividir o palco com Gene Kelly e Ginger Rogers. Naquele época o Diário de Barcelona noticiou: “Se Watusi não existisse, teríamos de inventá-la” e na revista Paris Match: “É o mais jovem talento negro surgido nos últimos tempos em solo francês”.
A artista passou treze anos se apresentando em musicais pela Europa. Conheceu milionários, sheiks e atores hollywoodianos, com quem se comunicava em inglês, francês, espanhol, italiano ou alemão.
Mais tarde, voltou para o Brasil para uma temporada de doze anos no Scala Leblon a casa de espetáculos carioca de Chico Recarey, na qual trabalhou 1.500 dias sem folga e, na época, lançou dois CDs de bolero.
O cognome Watusi é inspirado numa tribo africana conhecida pela alta estatura.