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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Banda de Ipanema tem ensaio neste sábado, dia 20, com a participação de Martinho da Vila

De Luiz Carlos Lourenço 

Às vésperas de seu aniversário de 80 anos, que acontece no próximo dia 12 de fevereiro, o compositor, escritor, cantor e poeta MARTINHO DA VILA confirmou presença no ensaio aberto da Banda de Ipanema, que acontece no próximo sábado, dia 20, dia do Padroeiro da Cidade, São Sebastião. O ensaio vai rolar a partir das 16 h, na praça General Osório, já com a venda da camiseta da banda para este ano, que traz a foto de Martinho da Vila, seu principal homenageado.



A Banda de Ipanema também comemora os centenários de Jacob do Bandolim(1018-1969) e de Geraldo Pereira(1918-1955), além dos 100 anos de criação do mais popular bloco de carnaval do centro do Rio, o Cordão do Bola Preta.

Para quem já está pensando na folia do carnaval do Rio de Janeiro em 2018, vale lembrar que a terça-feira de carnaval de 2018 vai cair em 13 de fevereiro. A folia começa oficialmente na sexta-feira anterior, 9 de fevereiro, e acaba na Quarta-feira de Cinzas, 14. O carnaval de rua do Rio em 2018 contará com 600 desfiles de 464 blocos que foram autorizados pela prefeitura. O número de blocos autorizados a desfilar este ano no Rio supera o total do ano passado, quando a prefeitura liberou 451 blocos. O número de desfiles em 2017 também foi menor: 578 desfiles.

COMO SURGIU A BANDA 
Em plena ditadura militar, um grupo de garotos de Ipanema criou uma banda que faria história. Inspirados na Philarmônica Em Boca Dura, de Ubá, em Minas Gerais, eles pegaram instrumentos de sopro e percussão, sem saber executá-los, e cruzaram a Avenida Vieira Souto e a Rua Visconde de Pirajá vestindo ternos brancos. Mesmo com as Forças Armadas nas ruas, não deixaram o sonho de lado. Ali nascia, Banda de Ipanema.

A banda foi criada em 1964 pelo produtor cultural Albino Pinheiro, acompanhado por Ferdy Carneiro e pela turma do tablóide “O Pasquim”, entre eles Ziraldo, Jaguar e Sérgio Cabral, pai do atual governador. Teve a atriz Leila Diniz como musa e foi alvo de fiscalização pela ditadura militar (1964-1985). Hoje reúne principalmente gays e simpatizantes. Toca marchinhas e sambas. A ideia da banda surgiu numa visita a Ubá, em 1959, quando os amigos José Ruy Dutra e Albino Pinheiro, entre outros fundadores, viram um desfile da Philarmônica Em Boca Dura. Um show caótico, alegre e inusitado, no qual os homens usavam ternos brancos surrados e as mulheres, vestidos comportados, fingindo tocar instrumentos de sopro.


Após 50 edições, os garotos, hoje senhores, têm tudo para brindar um evento que virou referência turística, atrai multidões e é tombado como Patrimônio Cultural Carioca desde 2004. O primeiro desfile reuniu 130 amigos. Hoje, a banda chega a arrastar 100 mil foliões. Carlos Drummond de Andrade, Oscar Niemeyer, Leila Diniz e Chico Buarque já desfilaram. Dodô da Portela foi destaque. A banda se tornou referência pelos acordes que ecoam dos mais de 70 instrumentos de sopro, entre trompetes, trombones e saxofones, e do batuque dos surdos e bumbos, sob a batuta de três maestros.