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sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Em concorrida noite de muitos amigos, Cacá Diegues lançou livro com as crônicas publicadas em sete anos

De Luiz Carlos Lourenço
Fotos de Daniel Marques
 
Com a presença de dezenas de notáveis, entre escritores, cineastas, jornalistas, artistas e fãs em geral, foi realizada na noite de ontem, pela Editora Cobogó, na Livraria da Travessa, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, o lançamento do livro TODO DOMINGO, reunindo os artigos de CACÁ DIEGUES  publicados no jornal O Globo, entre 2010 e 2017. A sessão de autógrafos contou com a participação do crítico de cinema RODRIGO FONSECA, que dividiu as assinaturas com o cineasta em centenas de livros vendidos.



Na concorrida noite de autógrafos, o autor encaminhou um exemplar autografado ao diretor presidente da LBV, José de Paiva Netto, com a seguinte dedicatória:
"Para José de Paiva Netto, com toda Boa Vontade e felicitações, Cacá Diegues". Já o organizador do livro, Rodrigo Fonseca, desenhou duas carinhas sorrindo, na dedicatória e a inscrição "Pro José de Paiva Netto, vão aqui mil sorrisos- Rodrigo Fonseca".



Entre as presenças da noite destacaram-se a atriz, escritora e cronista Fernanda Torres, a primeira a chegar à livraria, os cineastas Luiz Carlos Barreto, Neville de Almeida, Walter Salles, o cantor e compositor Djavan, a atriz Betty Faria, o produtor e cineasta Bruno Alexim, os escritores, jornalistas e cronistas Nelida Pinon, Geraldinho Carneiro e Merval Pereira e o advogado e político Marcelo Siqueira.



Embora seu autor seja um dos mais sólidos cineastas do país, este não é um livro de cinema. “Este é um livro sobre o Brasil”, resume o crítico de cinema Rodrigo Fonseca, que organizou o material para a publicação. As reflexões podem partir de notícias, leituras e filmes, ou ainda de um pênalti perdido, de eleições ou de qualquer outro lugar que inspire Cacá a analisar e escrever sobre a identidade do povo brasileiro. São assuntos do cotidiano, de política e economia, a cultura e comportamento, além das esquisitices, dos TOCs e das belezas que fazem do Brasil o Brasil. Em suas crônicas, Cacá despiu seus textos de qualquer tom acadêmico e exercitou uma crítica da razão irônica, num estilo de quem bate papo com o leitor numa manhã de domingo.



“Todo domingo, pede cachimbo, mesmo que você não saia da cama, há sempre uma certa energia disfarçada na preguiça a que temos direito”, escreve o cineasta. E é aos domingos que Cacá instiga o leitor a sair do marasmo e pensar sobre as mazelas do país, como a causa da corrupção nacional, a falta de engajamento dos políticos em relação à cultura, o fascismo inimigo da liberdade do pensar e agir.



Ao trazer textos dos últimos sete anos, o livro mostra que os temas abordados continuam atuais. Guerras, internet, carnaval, crise política e econômica no Brasil, a reorganização de forças no poder mundial. Nada escapa ao olhar atento de Cacá Diegues, que oferece ao leitor uma mistura de experiência pessoal com análise fundamentada dos acontecimentos contemporâneos e seus impactos na construção de uma nova realidade para o país.



Também estão na pauta de Cacá os momentos de felicidade, juventude, amigos, amores e sonhos frustrados. Aliás, segundo o cineasta, foi assim que a globalização se consolidou: “com o desejo de nos realizarmos com as façanhas dos outros.”



E assim, como escreve no artigo “Viver a vida dos outros”, Cacá revela o desejo de ter sido “pianista de bar, com uma guimba de cigarro pendurada num canto da boca, bebendo uísque a tocar e cantar canções de amor para ninguém”, quando viu Frank Sinatra namorando Doris Day em Corações enamorados.



A partir de seus artigos, Cacá contribui para manter “uma luz acesa” — título de outro de seus textos — e iluminar o debate sobre o que podemos pensar e mesmo fazer pelo país. Afinal, como escreve o próprio Cacá, “todo domingo a gente pensa sobre o resto da vida”.




Nome de destaque
O cineasta Cacá Diegues vem traduzindo em filmes, há anos, a identidade social, política e cultural do povo brasileiro. Alagoano que mora no Rio de Janeiro desde criança, e um dos fundadores do Cinema Novo, Diegues foi indicado à Palma de Ouro do Festival de Cannes pelos filmes Bye Bye Brasil (1980), Quilombo (1984) e Um trem para as estrelas (1987).



Realizou 37 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens. Cacá Diegues tem outros nove livros publicados e, desde 2010, escreve regularmente artigos para o jornal O Globo.



“Este livro é, sobretudo, um projeto de resistência contra o empobrecimento do debate, da língua, do ofício de escrever. E gera o mesmo encantamento que permeia a obra cinematográfica de Carlos Diegues.” – Walter Salles



Criada em 2008, a Editora Cobogó tem como foco a publicação de livros sobre arte e cultura contemporâneas. Lançou diversos títulos, entre eles A filosofia de Andy Warhol, de Andy Warhol; Hans Ulrich Obrist – Entrevistas vols. 1 a 6, os panoramas Pintura Brasileira séc.XXI e Fotografia na Arte Brasileira séc. XXI, e monografias de artistas como AdrianaVarejão, Nuno Ramos, Laura Lima, Erika Verzutti, Paulo Nazareth e Iran do Espírito Santo. Além das artes visuais, a Cobogó se destaca pelo lançamento de livros sobre música, teatro e dança. Entre as obras publicadas, estão O dançarino e a dança, sobre a trajetória do bailarino e coreógrafo americano Merce Cunningham; De segunda a um ano, único livro do artista e músico John Cage lançado no Brasil; A Arte do Presente, uma coletânea de entrevistas feitas com Ariane Mnouchkine, diretora e fundadora do Théâtre du Soleil, a Coleção Dramaturgia, com textos de importantes autores contemporâneos, incluindo as premiadas peças Caranguejo Overdrive (de Pedro Kosovski), BR-Trans (de Silvero Pereira) e Krum (do israelense Hanoch Levin), e a coleção O Livro do Disco, que mergulha no universo de álbuns emblemáticos da discografia brasileira e estrangeira. Recentemente lançou Arte Brasileira para Crianças, com 100 artistas e atividades baseadas em suas obras.



Em 2016, a Editora Cobogó recebeu o Prêmio Jabuti pelo livro Histórias Mestiças, organizado pelo curador de arte Adriano Pedrosa e pela antropóloga Lilia Schwarcz, com obras de diversos artistas que compuseram a exposição realizada no Instituto Tomie Ohtake em 2014.



Recentemente, lançou Arte Brasileira para Crianças, 100 artistas e atividades para você brincar, a partir de obras de arte brasileiras dos séc. XX e XXI; além de Dois Irmãos –roteiro da série, de Maria Camargo, a partir da obra de Milton Hatoum, com o roteiro adaptado do romance para a televisão, acompanhado por notas e comentários da autora.

Ficha Técnica do Livro
Título: Todo Domingo
Autor: Cacá Diegues
Idioma: Português
Número de páginas: 352
Editora: Cobogó
ISBN: 978-85-5591-038-8
Encadernação: Brochura
Formato: 14 x21 cm
Peso: 450 gr
Profundidade: 1,9 cm
Ano de edição: 2017
Preço de capa: R$ 49,90
Contato Editora Cobogó
Giulia Zelesco
comunicação@cobogo.com.br
21 2282-5287