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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Beth Guilher realiza um merecido tributo a Elis Regina no palco onde a Pimentinha estreou no Rio de Janeiro

De Luiz Carlos Lourenço
Fotos de Daniel Marques

A responsabilidade era muito grande e o resultado foi o melhor possível. Com casa superlotada, a cantora BETH GUILHER conseguiu ontem, no Beco das Garrafas, com garra, respeito e bela voz, prestar uma homenagem especial a uma das maiores intérpretes da música popular brasileira, a cantora Elis Regina, falecida há 35 anos e que marcou as décadas de 1960 a 1980, com sua voz inigualável e com tempero apimentado.

Em nenhum momento, BETH se preocupou em copiar os timbres de voz ou trejeitos da artista que vendeu mais de quatro milhões de discos em 18 anos de carreira. Qualidade vocal, presença de palco e personalidade colocaram Elis na história como uma das mais importantes cantoras e intérpretes brasileiras e ontem à noite, apresentando um repertório de 20 músicas do que existe de melhor das canções gravadas por Elis, BETH GUILHER deu o seu estilo pessoal às canções apresentadas, emocionando a todos e voltando para um bis com um dos maiores hits da homenageada, “Upa Neguinho”, de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri.

No mesmo palco onde ELIS REGINA, em 1964, levada por Dom Um Romão, cantou pela primeira vez no Rio, BETH GUILHER apresentou um cuidado espetáculo levando o público, espremido em apertado espaço, a uma fascinante viagem através da boa música brasileira. Para relembrar os sucessos imortalizados pela voz marcante de Elis, a cantora deu início ao show cantando “Aquele Abraço” e “Arrastão”, seguidos de outros clássicos como “Madalena”, “Alô, Alô Marciano”, “Casa no Campo”, “ Dois pra lá, dois pra cá”, “Romaria”, “Como Nossos Pais” e “Maria, Maria”.



Após um breve intervalo do show, BETH GUILHER chamou ao palco sua colega MARIA NYDIA, que interpretou com muito sentimento um dos sucessos românticos de Elis, “Atrás da Porta”, sendo ovacionada pelo público.Voltando a desfiar belos sucessos da gauchinha, BETH apresentou ainda outras pérolas, como “O Mestre Sala”, “Travessia”,” O bêbado e o Equilibrista”, “Vou deitar e rolar”, “Nada Será como Antes”, “Redescobrir” e ainda um pout-pourri de sambas.



Apesar dos inúmeros problemas verificados no Beco das Garrafas, como o descontrole total no acesso à casa, começando pela demora na entrada e o mau atendimento ao público, a cantora passou por cima de todas essas dificuldades e conseguiu  subir aos palcos agraciando o público com seu talento próprio, conquista nas noites cariocas e que tem atraído cada vez mais admiradores e seguidores por onde tem passado.

Graças ao seu poderoso timbre de voz e segurança nas canções que apresentou, BETH GUILHER conseguiu mostrar a todos um show de pura emoção, o que resultou num trabalho realizado com profissionalismo, pesquisa do melhor repertório e respeito integral à cantora homenageada.

Acompanhado por um trio de excelentes músicos, Claudio Tarcísio( baixo eclético e direção musical); Arley Lopes(bateria e percurssão) e Claudio Pereira(teclado), o espetáculo deu ao público momentos de paixão, saudades de um Rio que não volta mais e muita emoção.



Sem dúvida alguma, o espetáculo merece ser levado a espaços de melhor estrutura, como o Net Rio, Oi Casagrande ou o Teatro Rival Petrobrás.