De Luiz Carlos Lourenço
Fotos de Carlos Vonpinaz Barreto
Grazi Massafera, Fátima Bernardes, Arlete Salles, Miguel Falabella, Irene Ravache, Boninho, Ana Furtado, Lilia Cabral, Mariana Ximenes, Marcelo Serrado, Ricardo Tozzi e Hélio De La Peña, foram alguns dos famosos que prestigiaram a noite de autógrafos do livro da jornalista Patrícia Kogut, do Jornal O Globo, que ocorreu ontem à noite na Livraria da Travessa do Leblon, no Rio de Janeiro.
A livraria ficou inteiramente lotada e em determinado momento foi necessária a criação de uma segunda fila para os autógrafos, do lado de fora da livraria, para organizar as centenas de jornalistas, artistas, formadores de opinião e ]leitores que aguardavam para receber seus autógrafos.
A colunista do Jornal O Globo reuniu no livro os 101 personagens e programas que marcaram a trajetória da televisão no país e dedicou sua primeira obra literária ao marido, o jornalista Ali Kamel, às suas duas filhas, Alice e Sofia e aos seus pais, Dorothy e José Kogut. Um dado curioso da noite é que os dois renomados atores que ilustram a foto de capa da publicação, Lima Duarte e Regina Duarte, não compareceram ao lançamento por estarem radicados em São Paulo.
Lançado pela editora Sextante, a coletânea tem 272 páginas, fartamente ilustradas e foi selecionada pela própria Patrícia,com a pesquisa e os textos divididos com Manya Millen, jornalista, escritora e amiga da autora.
Embora a sessão estivesse marcada para ter início às 19 h, desde às 18 h, vários artistas aguardavam numa longa fila para adquirir o livro. Os primeiros a chegar foram Arlete Salles, Leiloca Neves, Vera Bocaiuva, Marcelo Serrado, Cissa Guimarães e Lilia Cabral.
Entre as centenas de livros autografados, a autora autografou e encaminhou um exemplar ao diretor presidente da LBV, jornalista e escritor José de Paiva Netto, com a mensagem “ Para José de Paiva Netto, com carinho, da Patrícia”.
Estiveram ao lançamento vários colegas do jornalismo, como Zuenir Ventura, Joaquim Ferreira dos Santos, Artur Xexeo, Fátima Bernardes, Maria Beltrão, Cora Ronai, Mauro Ferreira, Lucila de Beaurepaire, Luciana Froes, Lucia Regina Novaes, Oscar Valporto, Guilherme Fiuza, Eduardo Bueno e Aloisio Abreu.
Do meio artístico lá estavam Fernanda Torres, Perfeito Fortuna, Sergio Fonta, Felipe Bronze, Lisandra Souto, Bruno de Lucca, o carnavalesco Milton Cunha, Mauricio Branco, Bruno Chateaubriand, Leona Cavalli, Maria lucia Priolli, Ricardo Pereira, Marcos Breda, Norma Blum, Herson Capri, Carlos Vonpinaz Barreto, Betty Faria, Marcos Miranda, Ilva Nino, Carlos Mossy, Aloisio Abreu, Dadá Coelho, Alexandra Richter, Eduardo Barata, Françoise Fourton, Heloisa Perissé, e Luiz Fernando Guimarães.
Especializada em TV
Patrícia Kogut é carioca, estudou Letras e Comunicação Social na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Foi professora de inglês e francês antes de começar a carreira de jornalista em 1985 na Bloch Editores, onde trabalhou nas revistas Fatos, Pais & Filhos e Desfile. Em 1995, tornou-se repórter de televisão do jornal O Globo e, depois, editora da “Revista da TV”. Desde 1998, faz a coluna diária especializada em televisão que há anos leva o seu nome no Segundo Caderno do Globo. É também titular de um site sobre o mesmo tema, campeão de audiência. É a crítica de televisão há mais tempo em atividade na imprensa brasileira.
Foi pioneira na cobertura da televisão por assinatura no Brasil, tendo sido titular de uma coluna semanal sobre o tema. Acompanhou o nascimento da chamada Era de Ouro da televisão americana, desde que as séries de TV se sofisticaram a ponto de atrair astros e estrelas do cinema. Entrevistou grandes profissionais da TV do Brasil e do mundo, e, assim, em todos esses anos, pôde ser testemunha privilegiada das revoluções por que passou a televisão aqui e lá fora. Fruto desse olhar tão respeitado, este é seu primeiro livro.
Colunista do GLOBO, onde publica diariamente notícias e críticas do que acontece no vídeo brasileiro, a autora estreia em livro realizando um projeto que alimentava há tempos:
— Sempre achei que um livro era o modo de dar à matéria-prima de meu trabalho diário, personagens e programas de televisão, um caráter mais duradouro, mais perene.
— O novo projeto já vinha formatado, redondo. Tinha um espírito divertido, nada acadêmico, nada pretensioso. Ricamente ilustrado, seria algo próximo de um almanaque. Ainda não tinham saído os dois primeiros volumes da coleção, o de Jorge Caldeira (“101 brasileiros que fizeram história”) e o de Nelson Motta (“101 canções que tocaram o Brasil”). Gostei da ideia, principalmente pela possibilidade de tratar a televisão de um jeito mais leve, mais pop.
Patrícia observa que, como acontece com o futebol, “todo mundo entende” de televisão no Brasil. Em sua coluna, a partir de certo momento, ela percebeu haver espaço para críticas num local onde predominavam as notas informativas. E é justamente das críticas que ela gosta mais.
— Consegui fazer com que aprovassem minha decisão de incluir os “enlatados” entre as atrações, apesar de não serem produções brasileiras. A popularidade de “Jeannie é um gênio”, “O homem de seis milhões de dólares”, “As panteras” e outras fazem daqueles primeiros enlatados as antecessoras das séries consideradas, hoje, a era de ouro da TV americana.
Além de Mànya Millen, Patrícia enfatiza o papel da jovem Isabela Mota, a quem coube a pesquisa das 263 fotos que ilustram o livro. Foi também por insistência dela que na capa estão Lima Duarte e Regina Duarte numa cena apaixonada de “Roque Santeiro”, novela de Dias Gomes que alcançou picos de cem por cento de audiência em 1985. Patrícia explica:
— Novela é o que melhor resume a TV no Brasil. Lima Duarte, um grande ator e Regina Duarte, a atriz que atravessou, em seus vários papéis, todas as etapas da vida de uma mulher.
As notas zero e dez já existiam quando Patrícia assumiu a coluna no GLOBO. De início, confessa, sofria. Reduzir a zero o trabalho de um profissional não combinava com seu estilo reconhecidamente elegante e delicado. Em vários momentos passou por constrangimentos, um deles ser abordada, em tom de cobrança, por Marcelo Madureira, inconformado com crítica sua ao “Casseta & Planeta”.
— Recebi telefonemas de gente reclamando e até chorando. A maioria, porém, finge não ligar. Com o tempo compreendi que o único a quem tenho de agradar é o público. Pensando bem, acho até que as notas, as opiniões, contribuíram para que houvesse um toque pessoal no livro. É um olhar crítico que funciona como defesa das 101 escolhidas.