Novo centro cultural é inaugurado no Rio de Janeiro, com cinco salas expositivas e ateliês de sete artistas visuais, entre eles, Márcio Atherino
O Rio de Janeiro ganhará uma nova casa dedicada às artes visuais, a Z42 Arte, que será inaugurado no sábado dia 24 de setembro e aberta ao público no próximo domingo, dia 25.. Localizado em uma linda construção dos anos 1930, no Cosme Velho, ao lado do acesso ao Corcovado, o espaço, de 1500 metros quadrados, terá cinco salas expositivas climatizadas, totalmente preparadas para receber as mais diversas obras de arte, No segundo andar da casa, ficam os ateliês de sete artistas visuais, entre eles, Márcio Altherino, que apresentará um panorama de sua produção recente. Será possível ver as obras na exposição coletiva e depois subir para conhecer um pouco mais do universo do artista, e sua forma de criação”,ressaltam os curadores. Todos os espaços serão abertos para visitação gratuita.
Nas salas expositivas do térreo estará a mostra inaugural, “A Máquina do Mundo”, com curadoria Sérgio Mauricio Manon e Clara Reis, com 26 obras, dentre esculturas, fotografias, pinturas e instalações, de 22 artistas, como José Bechara, Leda Catunda, Walmor Corrêa, Henrique Oliveira, Erwin Wurm, Anthony Goicolea, Cadu, Charlie White, Conrad Schawcross, entre outros, além de obras dos sete artistas que possuem ateliê na casa: Jorge Barata, Katia Wille, Maria Lucia Fontainha, Marcio Atherino, Rona, Sérgio Mauricio Manon e Talitha Rossi. O nome da mostra surgiu do poema de Drummond e também do capítulo que leva o mesmo nome em “Os Lusíadas”, de Camões. “O resultado é uma narrativa poética que mescla o verbo e as imagens, na tentativa de capturar o espírito do tempo”, explicam os curadores. Paralelamente à exposição, os ateliês dos sete artistas visuais da Z42 Arte, abrigarão exposições individuais e estarão abertos para visitação. Com isso, o público poderá ter acesso ao universo paralelo de cada artista. O espaço Z42 Arte fica situado na Rua Filinto de Almeida 42 - Cosme Velho.
"Sabemos da condição do homem urbano contemporâneo através de sua obra; sabemos do desconforto de se saber vivo na poluição, entre amores, bandidos, ratos e esplendidas paisagens cariocas.
Cada tela um confronto, uma interpretação do fato, uma visão pessoal simultaneamente universal, pois,como diz Carl Rogers, o mais particular é também o mais geral.
Em uma,preto , vermelho, escuros azuis. Na caligrafia que ocupa a tela transformando o espaço em grafismo, que nos remete às pichações de muros e , simultaneamente, ao espelho.
Em outra, como em um mergulho, atravessamos as camadas do oceano das pinceladas e encontramos uma face desconstruída como nós, humanos, que estamos recomeçando a cada criança que nasce, a cada época da vida sem nunca termos resolvidos as questões fundamentais da existência, ainda precisando de lições de como respirar e o que comer.
O que o comove ou o revolta nas noticias ou no seu dia dia carioca é colocado na tela com a forca e entusiasmo de sua personalidade de pessoa vinculada às questões sócio-existenciais. Arte em toda acepção da palavra. Expressionista? Certamente, mas transcende a rótulos de definição de estilo. É vida? Então é arte de Marcio Atherino."
Por Yolanda Atherino
Por Yolanda Atherino