A apoteose da inclusão é com o “Musical da Alegria” no Imperator
Crédito Guilherme Maia
Inclusão. Inclusão na folia. Inclusão no teatro. Inclusão na vida. Inclusão na alegria. E este ano, a alegria inclusiva está se expandindo para além da avenida Marquês de Sapucaí. A Embaixadores da Alegria – primeira escola de samba voltada a pessoas com deficiência, que há 9 anos abre o Desfile das Campeãs no sábado depois do Carnaval – vai transportar sua alegria para outras plataformas culturais, compartilhando novas ferramentas de inclusão. Uma delas é o teatro. Aprovado no Edital do Fomento Olímpico da Secretaria Municipal de Cultura, o “Musical da Alegria” será apresentado no Imperator – Centro Cultural João Nogueira, nos dias 10 e 11 de setembro, com duas sessões por dia: às 16h e às 20h.
Com uma linguagem diferente do musical tradicional, a peça conta a história de um casal que se conhece num bloco de carnaval, apaixona-se e tem uma filha com Síndrome de Down. A vida, que parecia ser de confete e serpentina, fica complicada, e o casal enfrenta momentos de preocupação, superproteção e dúvidas. A filha cresce e, quando conhece a Embaixadores da Alegria, vê a vida mudar. O casal acaba redescobrindo carnaval e a alegria de viver. É como diz o lema da Embaixadores da Alegria: “Uma nova maneira de ver a vida”!
O roteiro é da premiada Renata Mizrahi, que se preocupou em chamar a atenção para a tendência dos pais de crianças com Down a superprotegê-las. Já a direção do espetáculo é de Luís Igreja, que usou toda sua sensibilidade e sua experiência para conduzir a montagem. Luís lembra de sua infância e da convivência com o irmão com Down, que faleceu com apenas sete anos. Convivência marcada por sensibilidade e delicadeza; memórias de infância que se internalizam para sempre. Igreja, que já deu oficinas para crianças e jovens com diversos tipos de deficiência, afirma: “Não tem receita, não tem técnica, é trabalhar com amor. O importante é ouvi-los e entrar em contato verdadeiro." Foi assim que ele adaptou o texto com as falas da personagem de Fernanda Honorato. "Dei uma diagramação diferente, pautada na respiração dela, na sua expressão, transformando cada fala em música e o texto numa espécie de partitura, para melhor expressão em cena.”, explica o diretor sem esconder a emoção.
A produção musical do espetáculo é do craque Alfredo Del-Penho, escolhido, este ano, como Melhor Cantor de Samba na 27ª edição do Prêmio da Música Brasileira. E o elenco conta com os atores Gisela de Castro, Rodrigo Alzuguir, Fernanda Honorato, atriz e repórter da TV Brasil que tem síndrome de Down, e Caio Sampaio, que é modelo e para-atleta de rugby.
Na curtíssima temporada no Imperator, local com grande acessibilidade, a peça contará com intérpretes de Libras, elenco formado por pessoas com deficiência, área para específica para cadeirantes e ainda contará com a mesma harmonia e a mesma alegria que a Embaixadores leva para a avenida nesses nove anos de desfile na Sapucaí, mostrando que ela é mais do que uma escola de samba, ela é uma escola de vida.
Sobre a Embaixadores da Alegria
A Embaixadores da Alegria é uma organização social sem fins lucrativos que utiliza a arte, a cultura e a educação como ferramentas de inclusão social para pessoas com e sem deficiência. Em dez anos de fundação, mais de 13 mil pessoas já foram beneficiadas gratuitamente com os desfiles na Sapucaí, oficinas de carnaval e apresentações de samba em formato pocket show.
A Embaixadores da Alegria foi fundada em 2006 por Paul Davies e Caio Leitão. O primeiro desfile, em 2008, contou com a participação de 800 foliões. Na escola de samba, os componentes não são tratados com vitimização e contam com o apoio de psicomotricistas, fisioterapeutas, pedagogos, terapeutas ocupacionais, professores de educação física adaptada e, principalmente, dos pais que participam integralmente das atividades.
Em 2016, a Embaixadores da Alegria está inovando com outras ferramentas de inclusão. Além do “Musical da Alegria”, promoverá o Wheelchair Fest, um festival multicultural inédito que utiliza a cadeira de rodas como ferramenta de conexão entre pessoas com deficiência e diferentes culturas. O evento contará com umaWheelchair Parade com cadeiras de rodas feitas por artistas espalhadas pelo Boulevard Olímpico durante os Jogos Paralímpicos Rio 2016. O projeto tem apoio da Prefeitura do Rio, da Riotur, da Empresa Olímpica e da Útil Empresa de Ônibus.
Ficha Técnica:
Direção: Luís Igreja
Direção Musical: Alfredo Del-Penho
Produção Executiva: Caio Leitão e Paul Davies
Roteiro: Renata Mizrahi
Figurino e Cenografia: Denise Bernardes
Supervisão de Produção: Helder Jardim
Assistente de direção: Ana Carina
Elenco: Gisela de Castro, Rodrigo Alzuguir, Fernanda Honorato, Caio Sampaio
Videografismo: Felipe Nobre e Caio Garcia
Fotografia: Guilherme Maia
Serviço:
Local: Imperator – Centro Cultural João Nogueira
Endereço: Rua Dias da Cruz, 170 – Méier
Tel.: 2597-3897
Datas: 10 e 11 de setembro em duas sessões diárias
Horários: 16h e 20h
Classificação: Livre
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
Duração: 58 minutos