Transformação: a fachada e a fonte no hall, recuperadas, ganharam a companhia de um palco capaz de abrigar superproduções
Com abertura prevista para sexta (26), espaço concilia a preservação de detalhes históricos com modernas instalações cênicas
Por: Renata Magalhães
Fotos: Selmy Yassuda
Depois de dois anos de trabalho, a um custo de 42 milhões de reais, as obras estão naquela fase corrida de acabamento. Uma das últimas providências antes da inauguração promete deixar a fachada do prédio na movimentada Rua do Passeio com dois letreiros: um anunciando o novo empreendimento e o outro, mais abaixo, em memória do antigo. Essa homenagem decorativa resume bem o conceito que norteou a criação do Teatro Riachuelo Rio, com abertura prevista para sexta (26). Construído no prédio onde, por mais de oito décadas, funcionou o Cine Palácio, o novo centro cultural da cidade tem um pé na história local e o outro no futuro. Ao mesmo tempo, preserva detalhes de um imóvel tombado e ergue-se como um equipamento moderno, com capacidade para receber espetáculos de grande porte e com enorme potencial comercial. “Estamos devolvendo para a cidade um patrimônio transformado com nível de excelência”, afirma Luiz Calainho, um dos sócios da Aventura Entretenimento, produtora à frente da empreitada.
A região do Centro conhecida como Cinelândia, devido à quantidade de salas de cinema que já abrigou, parece estar mudando de vocação. Bem perto dos teatros Eva Herz (dentro da Livraria Cultura), Serrador, Dulcina e do Centro Cultural Justiça Federal, o novo palco é também um dos maiores do bairro, comparável ao do Theatro Municipal. Espalhado por três níveis, o público pode chegar a 1 000 pessoas (veja mais números no quadro abaixo). Os 3 500 metros quadrados da edificação ganharam decoração do designer Zanini de Zanine, além de bistrô e uma galeria de exposição — a mostra inaugural traz fotografias que registram as obras. Garota de Ipanema, o Amor É Bossa, espetáculo inédito escolhido para dar início à programação, tem direção de Gustavo Gasparani, supervisão musical de Roberto Menescal, um dos fundadores da bossa nova, e elenco liderado por Thiago Fragoso e Letícia Persiles. Sambra — 100 Anos de Samba, outra montagem da Aventura, deve entrar em cena até o fim do ano.