De Luiz Carlos Lourenço
Fotos de Daniel Marques
Comemorando 40 anos de carreira artística, a cantora Fafá de Belém se apresentou na noite de ontem no Teatro Rival Petrobrás, superlotando a casa, empolgando o público e ao final voltou à cena debaixo de muitos aplausos para cantar mais quatro sucessos do seu vasto repertório.Durante o espetáculo, apresentou músicas de vários estilos brincando com o público e saudando algumas presenças na platéia, como o Ministro da Cultura, Marcelo Calero, as atrizes transformistas Jane Di Castro e Eloína (que na mesma casa apresentaram a série Divinas Divas), os atores do seriado Porta dos Fundos e os artistas que compõem os shows do Buraco da Lacráia, na Lapa, além de uma caravana de fãs de Belém do Pará que vieram ao Rio para assisti-la.
No show de mais de duas horas, Fafá de Belém, além de fazer uma volta ao passado e reviver suas antigas origens na sonoridades do carimbó, apresentou o melhor do cancioneiro brega nordestino, cantou fados e apresentou também seus sucessos atuais com o que está acontecendo no cenário musical brasileiro. O espetáculo representou um mix entre as músicas do novo álbum (“Do tamanho certo para o meu sorriso”) e os seus maiores sucessos.
Mostrando-se extremamente feliz por ter recebido semanas atrás, no Teatro Municipal o Prêmio da Música 2016(categoria canção popular, como o melhor álbum e melhor cantora), a artista apresentou um show com um formato diferenciado com apenas dois excelentes músicos no palco e com um roteiro que também deu nova roupagem aos seus hits de carreira.
Sobre o seu espetáculo, o musicólogo, escritor, produtor, escritor e apresentador Rodrigo Faour, que a assistiu com amigos numa das primeiras mesas do teatro, comentou:_ Fafá fez hoje um show que podemos chamar de mágico acompanhada dos grandes músicos paraenses Manoel e Felipe Cordeiro. Ela mostrou no palco todo seu carisma, simpatia e espontaneidade que possui para dar e vender. É uma cantora que se doa ao público. Brincou, deu pinta e também emocionou com a sua voz perfeita e interpretações avassaladoras. Um escândalo.
Na platéia do Rival também aplaudiram entusiasmados a cantora a atriz Andreia Horta, do elenco de "Liberdade, liberdade", a cantora e compositora Telma Tavares, a psicóloga Patrícia Lima, Roseiny Resende, o fotógrafo Daniel Marques, Jane Di Castro, Eloina, Mauricio Code e Eduardo Moraes,da equipe do portal Em Neon. Ainda em Julho,Fafá de Belém irá gravar no Teatro Bradesco, em São Paulo, seu segundo DVD, que deve ser lançado no mês de setembro, num . Esse show é para comemorar os seus 40 anos de carreira e os quase 60 de idade.
Durante o show de ontem, Fafá louvou a tradição do Teatro Rival:
Estou muito feliz em me apresentar aqui novamente, casa comandada pela Angela Leal e sua filha Leandra, que sempre abrem espaço para novos valores, nunca se esquecendo de cultuar e trazer o palco os grandes valores da nossa MPB. Aqui não existe nenhum tipo de discriminação. Haja visto este espetáculo das Divinas Divas, como a Jane Di Castro e Eloina que estão aí para provarem isso. O Rival tem um diferencial por isso, nunca discriminou ninguém, seja por sexo ou escolha do gênero musical.
Referência da cultura paraense, Fafá também foi convidada para carregar a tocha olímpica durante sua passagem por Belém. Muito emocionada, a cantora conta que o circuito do trajeto começou exatamente em frente à maternidade onde nasceu, no dia 9 de agosto de 1956.
“Foi muito emocionante. Tudo isso acontece em um momento em que o Brasil passa tanta mensagem negativa, tanta briga, discursos sem nenhuma base, mas a gente vê que, no meio disso tudo, tem um país, que é o Brasil. E uma gente maravilhosa. No dia da tocha, eu chorei muito. Eu não acredito em coincidência. O universo conspirou e me deram o trajeto que foi em frente à maternidade onde eu nasci. Significou um renascimento. Uma mulher próxima dos seus 60 anos passando por isso? Me sentindo mais jovem do que nunca. Corri 200 metros por ruas que contam a minha história.