ANTONIO GUERREIRO EXPÕE SUAS MUSAS EM MOSTRA DIA 10
Maior referência na fotografia editorial brasileira entre os anos 70 e 90, Antonio Guerreiro possui um dos mais ricos acervos de retratos de personalidades do país daquele período. Sem apresentar uma exposição individual há mais de 15 anos– a última foi no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, em 1999 –, o fotógrafo inaugura a mostra Antonio Guerreiro – O Homem que Amava as Mulheres no dia 10 de julho, na Galeria da Gávea, no Rio de Janeiro. A seleção traz cerca de 30 obras, incluindo registros célebres para revistas de moda e capas de disco, além de retratos inéditos, em Polaroid, de algumas das dezenas de musas que já posaram para as lentes do artista, como Sonia Braga, Sandra Bréa e Eliana Pittman.
“Foram três meses de pesquisa na casa do Antonio para escolher as imagens. Neste processo de seleção visamos não somente os portraits clássicos, mas também as fotografias do cotidiano, de viagens, backstage e eventos de sua vida. Dessa forma o público poderá embarcar no comportamento de uma época, onde a vida pessoal e a vida profissional se misturavam completamente, contrariando a cartilha com a qual se reza hoje em dia”, conta Ana Stewart, sócio-fundadora da Galeria da Gávea.
A mostra contempla ensaios sensuais (muitos deles nus) de cobiçadas atrizes e modelos da época, como Sônia Braga, Sandra Brea – ambas com as quais o fotógrafo foi casado –, Luiza Brunet, Claudia Raia, Tânia Alves, Zezé Motta e Monique Evans, e retratos de galãs da TV brasileira, como Tarcísio Meira, Tony Ramos e Juca Chaves. Imagens de grupos e cantores, como a Cor do Som, Novos Baianos e Gal Costa, também fazem parte da exposição.
“Essas fotografias me trazem várias boas memórias, pois foram feitas numa época gloriosa, quando a fotografia ainda era muito romântica. O trabalho priorizava a beleza natural dos personagens em ensaios extremamente planejados, de longa duração e com equipes enormes, que se valiam apenas de luz, ângulos e maquiagem. Não havia manipulação digital”, recorda Guerreiro.
O fotógrafo nasceu em Madri, na Espanha, em 1947, e viveu parte de sua infância em Lisboa e no Marrocos. Quando tinha cinco anos de idade, o seu pai, um rico industrial português do ramo de doces e chocolates, fixou residência com a família no Rio de Janeiro. Em 1966, ainda estudante do curso de economia, notou que tinha talento para a fotografia quando começou a fazer retratos despretensiosos de sua namorada com uma câmera Rolleiflex.
Demorou pouco para arrumar o seu primeiro emprego na área, no jornal Correio da Manhã e, em seguida, no Jornal do Brasil. Em 1970, recebeu um convite de Adolfo Bloch, dono da Manchete, para trabalhar como o fotógrafo de moda da revista em Paris, onde morou por dois anos. Ao retornar, a sua carreira deslanchou de vez. Tornou-se logo o mais requisitado fotógrafo editorial do país, trabalhando para diversas publicações, como Status, Homem, Vogue e Playboy, e assinando capas de álbuns icônicas de grandes nomes da música popular brasileira, incluindo Gal Costa, Marina Lima e Jorge Ben Jor, entre outros.
DEPOIMENTOS SOBRE O FOTÓGRAFO
“A luz do Antonio Guerreiro não vem de fora; vem de dentro das pessoas. Antonio Guerreiro me lembra os pintores que celebram a fartura, a alegria, a beleza voluptuosa das mulheres, que ele, “guerreiro”, sempre cortejou. Na fotografia, Guerreiro me lembra a pintura. Não o sinto entre os neuróticos fotógrafos submissos às modas americanas. Ele me lembra mais artistas como Di Cavalcanti, do que um frio construtivista qualquer.”
- Arnaldo Jabor
“Guerreiro fotografou as mulheres mais bonitas do país. Não como elas eram, por mais deslumbrantes que fossem, mas como elas gostariam de ser – é possível imaginar isso? Em suas lentes, os 160 centímetros de Sonia Braga tornavam-se o metro e oitenta que ela interiormente tinha. E, antes e depois de Sonia, ele transfigurou Ionita Salles Pinto, Betty faria, a cineasta Ana Carolina, Silvia Falkenburg, Noelza Guimarães, Márcia Mendes, Denise Dumont, Gal Costa, Sandra Bréa e você pode citar outras que lhe vierem à cabeça. Não apenas as fotografou, mas também namorou ou se casou com elas. Neste último caso, não eram casamentos normais, mas ménages à trois: ele, a moça e a câmera. Guerreiro chamava a isso de ‘paixãografia’.”
- Ruy Castro
“Vendo as fotografias de Antonio Guerreiro, grande artista, sinto que a mulher inspirará a um homem, algum dia, o suicídio por amor”.
- Nelson Rodrigues
Guerreiro é um famoso fotógrafo, artista de alta sensibilidade, cujas imagens revelam o mundo exterior e o mundo interior das coisas e das pessoas.
- Jorge Amado
SOBRE A GALERIA DA GÁVEA
Fundada em 2009 e sob direção de Ana Stewart, Bruno Veiga e Isabel Amado, a Galeria da Gávea apresenta um recorte atual da fotografia brasileira contemporânea e emergente. Em torno de cinco exposições – individuais e coletivas – são realizadas por ano, enfatizando pesquisas curatoriais de grande embasamento e rigor estético. Ao fomentar a produção de seus artistas, a galeria busca um aprofundamento da relação entre a fotografia e o circuito das artes visuais, sendo também uma plataforma de intercâmbio e difusão de ideias com desdobramentos que se estendem à participação em feiras, realização de palestras e lançamento de publicações. Além de doze artistas representados de forma permanente no Rio de Janeiro, a galeria também possui um acervo com trabalhos de outros artistas mantido em rigorosos padrões de conservação.
SERVIÇO
Exposição: Antonio Guerreiro – o homem que amava as mulheres
Abertura: 10 de julho de 2015
Encerramento: 14 de setembro de 2015
Horários de funcionamento: Segunda a sexta, de 11 às 19h (visitas devem ser agendadas pelo telefone 21 2274-5200)
Ingresso: entrada franca
Galeria da Gávea
Rua Marquês de São Vicente, 431 Lj A
+55 21 2274-5200
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