ALCIONE LOTA A CIDADE DAS ARTES
COM O BELO SHOW 'CHANTANT ENCHANTÉE"
De Luiz Carlos Lourenço
Fotos de Daniel Marques
Com a casa inteiramente superlotada, a cantora ALCIONE interpretou ontem, com pompa e circunstância, aplaudida com entusiasmo, os mais conhecidos clássicos da música francesa, na Cidade das Artes, dando início à versão 2015 do "Projeto Inusitado" , sob a curadoria do expert Andre Midani. O show será apresentado novamente na noite desta quarta-feira, a partir das 21 h e terá uma transmissão ao vivo pelo Canal Bis.
Idealizado com a finalidade de proporcionar a artistas renomados, de áreas distintas, novas possibilidades de experimentação criativa, o projeto está inaugurando, com Alcione, na Cidade das Artes, a sua terceira edição. A programação desta temporada, que acontece sempre nas primeiras terças e quartas de cada mês, além de Alcione, fará outros espetáculos com os renomados cantores , Zélia Duncan, Anitta, Kassin, Lenine, Hamilton de Holanda e com o cineasta Cacá Diegues.
O idealizador e curador da série, André Midani – um dos nomes mais importantes da indústria fonográfica brasileira nos últimos 60 anos –, responde pela seleção do elenco, mas deixou a cargo dos artistas a escolha e elaboração do que será apresentado.
“Os artistas têm carta branca para pensar e executar quaisquer ideias que venham à cabeça, com a condição de que estas estejam fora dos padrões normais de suas trajetórias. É uma oportunidade para saírem da zona de conforto e emprestarem frescor ao processo criativo”, explica Midani.
Atração de abertura do evento, ontem à noite, Alcione desfilou um repertório composto exclusivamente por clássicos da música francesa, gênero que remete ao início de sua carreira, quando interpretava na noite carioca canções de Charles Aznavour, Michel Legrand e Yves Montand, entre outros. Sucessos destes artistas, ao lado de outros standards, são a base do espetáculo da cantora maranhense, cujo repertório inclui “Ne me quite pas”, “Ton nom”, “Non, je ne regrette rien”, “Je t’aime e “L’été 42”.
“Conheci Alcione em 1969, cantando na noite do Rio. Era uma moça muito bonita e chamava atenção por cantar em francês e tocar pistão. Sua pronúncia era perfeita”, lembra André Midani. “Um tempo depois, por uma opção de mercado, ela se enveredou pelo universo do samba, assumiu o português e ganhou as rádios de todo país”.
A Marrom, como também é conhecida, lembra que criou gosto pela música francesa ainda durante a infância, em São Luís, no Maranhão. Filha de maestro, era estimulada em casa para abrir os ouvidos para todos os estilos musicais, numa época em que canções do país europeu tinham presença constante nas rádios brasileiras.
A diretora geral do espetáculo Solange Nazareth buscou inspiração na obra de Toulouse-Lautrec – pintor francês notório por retratar a vida boêmia parisiense no final do século XIX, além de ter revolucionado, à época, o desenho gráfico dos cartazes publicitários – para conceber a cenografia. Mais intimista do que os habituais, o show tem a presença de alguns integrantes da Banda do Sol, grupo que acompanha a cantora em suas turnês, e será registrado em CD/DVD pelo Canal Bis, com lançamento previsto em 2016, via Biscoito Fino e Marrom Music.
O espetáculo está sendo apresentado no Teatro de Câmera da Cidade das Artes, a partir das 21 h, e no local só é permitido o ingresso de espectadores em traje de passeio ou esporte fino, sendo terminantemente vedada a entrada de pessoas trajando bermuda, short, top, camiseta sem manga, bem como chinelos.
Os poucos ingressos restantes para esta noite podem ser adquiridos no Ingressos.com ou na bilheteria do teatro.