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segunda-feira, 14 de abril de 2014

UMA FEIRA DE FAMOSOS...






De Luiz Carlos Lourenço
Fotos de Daniel Marques



A cada domingo, a Feira de Antiguidades da Gávea recebe cada vez mais um número maior de famosos visitando os estandes dos expositores, a exemplo de notáveis como Marília Pêra, Flavia Alexandra, Sonia Braga, Leandra Leal, Mateus Solano, Marcelo D2, Paulo José, Moraes Moreira, Marisa Monte, Zezé Motta, Carla Camuratti, Lu Lacerda, Eliana Giardini, Ana Cristina Guimarães, Stela Freitas, Deo Garcez, Jayme Monjardim e muitos outros colunáveis.
Na tarde de ontem, o destaque  da feirinha foi para a premiada atriz ROSAMARIA MURTINHO, natural de Belém,  mas vivendo desde menina no  Rio de Janeiro. Rosa  é  descendente do político brasileiro Joaquim Murtinho. Seu pai, o engenheiro agrônomo carioca Frederico Murtinho Braga, teve que fazer um trabalho no Norte do Brasil, para o Instituto Agronômico do Norte, e então conheceu Maria do Carmo, filha do Dr. Enéas Calandrini Pinheiro, então diretor do instituto, e os dois se apaixonaram. Casaram-se e Rosamaria nasceu em Belém e foi para o Rio de Janeiro ainda bebê, aos 21 dias de idade, na então capital do país. Morou durante um ano nos Estados Unidos. Queria estudar Direito e para isso vinha se preparando, mas entrou para o teatro, arte pela qual se apaixonou e que a fez desistir de tudo o mais.


Seu irmão começou a fazer teatro amador com Paulo Francis, e Rosamaria ingressou no grupo Studio 53. Uma das atrizes adoeceu e Rosamaria, a pedido de seu irmão e por sugestão de Paulo Francis, tomou o lugar dela, isso aos dezoito anos, num grupo amador, mas que levava o trabalho a sério. Um dia, Silveira Sampaio, que era dono do Teatro de Bolso, assistiu a uma apresentação do grupo e gostou de Rosamaria, convidando-a a participar de uma peça dele. Só aí ela ganhou seu primeiro salário. Depois foi a vez de Sandro Polônio chamá-la para fazer teatro em São Paulo, mas os pais não permitiram. Porém, acompanhada pela mãe, Rosamaria foi para Portugal trabalhar. Ainda nem era atriz nacional, e já era atriz internacional.
Voltando ao Brasil, começou a trabalhar na televisão, ao mesmo tempo em que fazia teatro, com o Teatro dos Sete, que era de Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Sérgio Britto e outros, por volta de 1955. Participou nessa época do programa Câmera Um, de Jacy Campos, que montava todo o espetáculo usando apenas uma câmera. Depois Rosamaria foi do Rio para São Paulo, participando de grandes peças, dentre as quais O Canto da Cotovia, A Rosa Tatuada e Manequim. Foi numa dessas montagens que viria a conhecer o ator Mauro Mendonça, com quem se casou em 1959.

Dependendo de seus trabalhos e dos de Mauro em televisão e teatro, a vida de Rosamaria sempre esteve entre a "terra da garoa" e a "cidade maravilhosa". Trabalhou na TV Tupi e, contratada pela TV Excelsior, mudou-se para São Paulo, onde participou de telenovelas como A Moça que Veio de Longe, A Muralha, Sangue do Meu Sangue, Os Estranhos, entre outras. Em 1972, estreou na Rede Globo, participando de O Primeiro Amor, e onde outras telenovelas de sucesso se seguiram.
No fim da década de 1980 foi trabalhar na TV Manchete, atuando em Kananga do Japão e Pantanal, voltando a seguir à Rede Globo. Sem deixar o teatro de lado, Rosamaria atuou em Ô Abre Alas, que falava de Chiquinha Gonzaga.
Seu último sucesso na TV ficou por conta da novela  Amor à Vida, onde personificou a misteriosa Tamara Gouveia Sobral , sogra de Félix (Mateus Solano) e mãe de Edith (Barbara Paz), ela foi cúmplice de Félix e o induziu a matar a sobrinha Paulinha (Klara Castanho, filha de Paloma (Paolla Oliveira). Ela foi uma dos antagonistas da trama.