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quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Falabella lança no Leblon seu primeiro Livro Infantil

De Luiz Carlos Lourenço 

Fotos de Daniel Marques 

Conhecido por seus trabalhos como ator, diretor, produtor e autor na televisão, Miguel Falabella lançou ontem à noite, na Livraria da Travessa, no Levblon,  seu primeiro livro infantil, Charlotte no Reino das Fadas do Dente, uma parceria com a ilustradora Suppa.

Destinado a crianças que tenham entre quatro e nove anos de idade, o livro é uma continuação de Os Óculos Mágicos de Charlotte, lançado por Suppa. A personagem também possui um canal no YouTube com algumas historinhas, em que Falabella é um dos dubladores.

Durante a concorrida noite de autógrafos, adultos e crianças, entre artistas e fãs de Miguel Falabella estiveram na livraria, destacando-se as atrizes Bia Nunes, Zezeh Barbosa, Renata Vilela, Erica Montanheiro, os atores mirins Nicolas e Pedro Borba, o empresário de moda da cidade de Los Angeles, Joselito Rojas e o jornalista, diretor, produtor e crítico de teatro Flávio Marinho.

Na oportunidade Miguel Falabella encaminhou um livro destinado às crianças da LBV, com a mensagem “Para os amigos da LBV, oferece Miguel Falabella”, enquanto a ilustradora da publicação, Suppa dedicou “ Para as crianças da LBV, um beijo da Suppa”;


A história do livro gira em torno de Charlotte, uma garotinha que possui óculos mágicos: toda vez que ela os usa, enxerga o mundo como ele "deveria ser", e não como ele é. Por exemplo, ao colocar seus óculos, ela vê seu quarto arrumado - o que não quer dizer que ele de fato esteja.

No livro, a garotinha vai em busca de Dentina, a rainha das fadas do dente, acompanhada por Pelusso, seu cachorrinho, com quem consegue se comunicar ao colocar os óculos.

Suppa conta que a ideia para a personagem que dá nome aos livros surgiu de sua família: "Começou com uma crise existencial da minha filha, Charlotte, que não conseguia dormir. Veio me ver na sala, estava muito preocupada. Ela vivia na França, quando veio morar no Brasil, começou a ver coisas horríveis e falava: 'Ninguém faz nada? A gente não pode fazer nada?'"

" O livro ajuda a criança a se questionar a respeito do que está acontecendo nesse mundo, a motivá-la a ter atitudes para que isso mude, ou que pare de acontecer. [...] O nosso interesse é que as crianças tenham bons hábitos", complementa.

Falabella conta que a amizade com Suppa, que já ilustrou mais de 200 livros e foi autora de 16, é de longa data, vindo há cerca de duas décadas.

"Ela viu uma entrevista minha no Jô Soares e veio me procurar. Achei uma mulher interessante, inteligente, simpática. Tivemos uma conversa muito boa e ela falou: 'Você precisa escrever um livro pra criança'".

"Escrevi 78 páginas de um livro com a história de um menino conhecendo o Brasil através de entidades mágicas, elfos, gnomos, chamado O Eleito. A Suppa começou a criar todo um universo desenhando esses personagens."

"Era um menino de 12 pra 13 anos, a viagem desse menino por um Brasil mítico, vivendo experiências mágicas. Quando estava todo animado... veio Harry Potter.  Arquivei. Hoje em dia eu reli e falei 'gente, que bobagem'. Não tem nada a ver com Harry Potter!"

A parceria acabou saindo do papel tempos depois, e, segundo Suppa, boa parte do universo de Charlotte foi criado pelo amigo: "Vários personagens, a maioria deles, foi criada pelo Miguel para a aventura em desenho animado".

Nas historinhas publicadas no YouTube, Falabella é responsável por dublar o cachorro Pelusso, companheiro de Charlotte.

"O Pelusso é criação do Miguel Falabella, homenagem a um cachorrinho dele que morreu. [...] Era um desejo dele, fazer o roteiro e dublar o cachorro! [risos]", contou Suppa.

Miguel conta que seu avô lhe ensinou a ler quando tinha apenas cinco anos de idade, e, com o tempo, começou a passar tardes inteiras lendo - e datilografando, outro de seus prazeres.

"Li de tudo, porque minha mãe era professora da UFRJ de literatura francesa. O maior cômodo da nossa casa era a biblioteca - meu pai construiu um 'puxadão' da minha casa, uma coisa gigantesca. Passei a infância naquele lugar".

Entre obras que marcaram sua infância, cita os livros de Monteiro Lobato, em especial O Sítio do Picapau Amarelo e Os Doze Trabalhos de Hércules.

"Criança copia, né? Eu só via meus pais com livros nas mãos, então achava aquilo normal. A criança que vê o pai ou a mãe lendo, lerá, porque copia. E, obviamente, será uma criança mais bem-sucedida, sairá na frente das outras", acredita.



Miguel ainda ressalta o estímulo à leitura que buscou passar a crianças próximas, como seus sobrinhos e os dois garotos que criou: "Hoje em dia são homens que vão ensinar aos filhos que a leitura é uma coisa importante.  A criança que cresce com livros sai na frente."

Questionado sobre as dificuldades de estimular a leitura para jovens com uma infância tão imersa no mundo tecnológico, Miguel usa como exemplo sua convivência com 21 meninas que participam do musical Annie, no qual atua, em cartaz atualmente.

"Percebo que a fantasia está ali. Existe a histeria da informática, desse narcisismo descompensado que todas tem blog, seguidores, look do dia, não sei o que. Mas atrás desse narciso que é incentivado, existe a poesia."

"É uma luta, mas a poesia mantém-se intacta na criança, atrás de toda a parafernália tecnológica. Ao mesmo tempo que elas fazem tudo isso, compram a ideia da fada do dente, continuam gostando das fadas. É uma questão dos pais incentivarem", acredita.

Apesar de sua longa trajetória em frente às câmeras, Miguel nunca fez um papel voltado ao público infantil. Perguntado se tem vontade de ir além neste mundo, se mostrou aberto: "Sabe que eu tenho? Eu e a minha amiga Ingrid Magalhães temos conversado lá no Annie sobre isso."

"Na verdade, eu sempre soube que tinha muito carisma com criança, desde o Caco Antibes [seu personagem em Sai de Baixo], um humor muito físico, muito clown", comenta o ator, que em seguida ressalta: "Não tem nada concreto,mas eu gosto de brincar de tudo."

Além dos livros
Sobre a possibilidade de Charlotte ir à TV, Suppa conta: "A gente já tem uma série escrita pelo Miguel, e estamos negociando com canais de televisão. A primeira ideia, aliás, foi da série. E a gente tem vontade de fazer um musical também no teatro".

De concreto, há o Canal da Charlotte no YouTube, que conta com diversos vídeos de suas histórias.