Foto: Janderson Pires |
Idealizado pelo jornalista Christovam Chevalier, dirigido por Priscila Vidca e com texto de Hugo Sukman em parceria com Marcos França, que divide a cena com Aline Carrocino, o musical aborda momentos marcantes da vida da artista entremeando-os com mais de 15 canções, todas significativas do seu repertório. O ponto de partida é um show de Carlos Lyra em idos dos anos 80, quando o cantor é surpreendido pela presença de Nara na platéia. Ela sobe ao palco e, na hora de cantar, tem um dos seus lapsos de memória, mais e mais comuns. Essa característica é o artifício para a primeira das muitas mudanças de tempo na trama. E a vida da cantora começa a ser esmiuçada, sem, contudo, seguir uma ordem cronológica. Entre as passagens, sua emancipação aos 16 anos (seu pai defendeu a independência feminina), seu encontro com Ronaldo Bôscoli, com quem romperia relações em seguida (e consequentemente com a bossa nova), a descoberta do aneurisma, sua aproximação do samba de morro, das canções de protesto, da Tropicália e o exílio na França, de onde, volta apaziguada com a bossa nova e com outros clássicos do cancioneiro brasileiro, os quais visitaria já consagrada.
Para o idealizador do espetáculo, Nara era uma mulher muito forte, de muitas opiniões e que os jovens de hoje não a conhecem. “Nara era uma mulher de muitas opiniões, coisa que faz falta hoje. E a peça se mostra muito atual com essa história de Intervenção Militar e as criticas que ela fazia ao Exército, que também são muito atuais. É importante resgatar a memória dessa brasileira”, explica Christovam.
A atriz e cantora Aline Carrocino se surpreendeu ao mergulhar a fundo no temperamento da cantora. “Nara não era essa mulher fragilzinha como as pessoas pensam. Era mais barra pesada, se colocava”, diz. Isabel Diegues, filha da musa da bossa nova, foi peça-chave para a atriz concretizar o projeto. “Isabel é muito parceira, o que ela mais quer é que falem de sua mãe”. Idealizado pelo jornalista Christovam de Chevalier, com texto de Hugo Sukman e Marcos França, o musical estreia no dia 14, no Teatro Ipanema. O roteiro alterna momentos marcantes da vida da cantora com canções significativas de seu repertório, como “A banda”, “João e Maria” e “História de uma gata”.
Fotos de divulgação