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segunda-feira, 12 de março de 2018

Edino Krieger faz 90 anos e recebe diversas homenagens nesta semana, de quinta-feira, dia 15, a sábado, 17, dia de seu aniversário

Fotos: Nenem Krieger

Edu Krieger, Marcelo Caldi, Orquestra Sinfônica Nacional da UFF, Orquestra Sinfônica da UFRJ, Brasil Ensemble e diversos solistas participarão da programação comemorativa de concertos na Casa do Choro e na Sala Cecília Meireles

O compositor Edino Krieger chega aos seus 90 anos com muita festa e honrarias, recebendo diversas homenagens que datam desde o início do ano, com o programa especial feito pelo jornalista Arthur Dapieve para a Rádio Batuta, do Instituto Moreira Salles, janeiro. Ao longo de 2018, virão homenagens em Belo Horizonte e seu concerto da violoncelo e Orquestra será apresentado por Antonio Meneses no Rio e em diversas capitais do capitais, além da realização, em setembro, do II Festival de Música Brasileira Contemporânea Edino Krieger em Florianópolis, dentre outras.

Neste mês de março, uma extensa programação de concertos vem percorrendo diferentes espaços culturais. Nesta quinta-feira, dia 15, dois dias antes de completar 90 anos de idade, o compositor e maestro Edino Krieger recebe homenagem na Casa do Choro. O choro, aliás, sempre esteve presente na vida de Edino desde a primeira infância, pois seu pai, Aldo Krieger, era figura conhecida no circuito boêmio de Brusque (SC) na década de 20. Aldinho, como era chamado, compunha e tocava polcas, tanguinhos e maxixes de sua autoria. Parte deste repertório será executado no primeiro módulo do show por um grupo de músicos que inclui nomes como Marcelo Caldi (sanfona), Luis Barcellos (bandolim), Dudu Oliveira (flauta) e Fabiano Salek (percussão). Em seguida, Edu Krieger, compositor e filho de Edino, mostra algumas de suas canções que ficaram conhecidas nas vozes de cantoras como Maria Rita e Roberta Sá. Neste bloco, além da participação de PC Castilho (flauta), o palco terá ambiente familiar com Fabiano Krieger (guitarra) e Nina Krieger (percussão), respectivamente filho e neta do homenageado. Depois é a vez de Marcelo Caldi voltar à cena, interpretando duas peças de Edino para piano solo: “Choro Manhoso” (composta em 1952) e “Estudo Seresteiro” (1956).

Encerrando o evento, o grupo vocal Ordinarius, comandado por Augusto Ordine, apresenta duas marchas-rancho compostas por Edino para os lendários festivais da canção: “Passacalha” (1968) e “Fuga e Antifuga” (1967, escrita em parceria com Vinícius de Moraes).

A Sala Cecília Meireles recebe dois grandes espetáculos desta série comemorativa. No dia 16, sexta-feira, às 20h, sob a regência de Roberto Duarte (foto), a Orquestra de Cordas da UFRJ abre o programa com “Quatro Imagens de Santa Catarina (2005)” e “Concerto para dois violões (2008)”, com os solistas  Mário Silva e Fábio Adour (violões). O programa segue com “Divertimento para orquestra de cordas (1959)” e “Brasiliana (1960)”, trazendo José Staneck à frente da harmônica. Brasil Ensemble, com direção de Maria José Chevitarese, encerra o programa com “Três Cantos de Amor e Paz (1967)”, em três movimentos, com textos de Goethe, Edino Krieger e Manuel Bandeira.

No dia 17, dia de seu aniversário, Edino Krieger ganhará uma belíssima homenagem da Orquestra Sinfônica Nacional da UFF, na Sala Cecília Meireles, interpretando somente peças escritas pelo homenageado. Sob a regência de Tobias Volkmann, a orquestra vai apresentar obras de diferentes épocas, como “Passacaglia para o novo milênio (1999)”, “Fantasia cromática e Fuga (2013)”, “Canticum Naturale (1972)” e “Terra Brasilis (1999)”.

O COMPOSITOR
Edino Krieger nasceu em Brusque, Santa Catarina, a 17 de março de 1928. Iniciou aos sete anos estudos de violino com seu pai, Aldo Krieger. Aos 15 transferiu-se para o Rio de Janeiro, para prosseguir sua formação no Conservatório Brasileiro de Música, onde estudou com H. J. Koellreutter. Em 1945 passou a integrar o Grupo Música Viva. Em 1948 foi escolhido em concurso para estudar com Aaron Copland, no Berkshire Music Center de Massachussets, EUA, onde assistiu também a aulas de Darius Milhaud. Estudou ainda na Juilliard School of Music, de Nova Iorque com Peter Mennin (composição) e na Henry Street Settlement School of Music com William Nowinsky (violino). Representou a Juilliard no Simpósio de Compositores dos Estados Unidos e Canadá realizado em Boston, e atuou como violinista da Mozart Orchestra de Nova Iorque.

Retornando ao Brasil em 1950 iniciou a atividade de produtor na Rádio Ministério da Educação, onde exerceu a função de diretor musical e organizou a Orquestra Sinfônica Nacional, e de crítico musical do jornal Tribuna da Imprensa. Em 1952 estudou com Ernst Krenek no III Curso Internacional de Verão de Teresópolis, RJ.

Com bolsa do Conselho Britânico, estudou em Londres durante um ano com Lennox Berkeley, da Royal Academy of Music. Em 1959 obteve o primeiro prêmio no I Concurso Nacional de Composição do Ministério da Educação, com Divertimento para Cordas. Em 1961 seu Quarteto de Cordas nº1 obteve o Prêmio Nacional do Disco. Em 1965 suas Variações Elementares foram estreadas no III Festival Interamericano de Música de Washington, e no ano seguinte seu Ludus Symphonicus foi estreado pela Orquestra de Filadélfia no III Festival de Música de Caracas, Venezuela. Em 1969 e 1970 organizou e dirigiu os Festivais de Música da Guanabara, dos quais se originaram, a partir de 1975, as Bienais de Música Brasileira Contemporânea.

Entre os prêmios e honrarias que recebeu estão: Prêmio Internacional da Paz do Festival de Varsóvia (1955), Prêmio da Fundação Rottelini de Roma (1955), Medalha de Honra do Cinquentenário do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (1959), Troféu Golfinho de Ouro (1969 e 1988), a Medalha do Mérito Cultural Cruz e Souza, do Conselho Estadual de Cultura de Santa Catarina (1997), Troféu Barriga-Verde (1977), Comenda da Ordem Cultural do Ministério da Cultura e Belas Artes da Polônia (1985), Medalha do Mérito Cultural Anita Garibaldi, do Estado de Santa Catarina (1986), Prêmio Nacional da Música do Ministério da Cultura (1994) e Medalha Pedro Ernesto, maior honraria concedida pela cidade do Rio de Janeiro.

Dirigiu a divisão de música clássica da Rádio Jornal do Brasil e exerceu a crítica musical no Jornal do Brasil. Em 1976 assumiu a direção artística da FUNTERJ - Fundação de Teatros do Rio de Janeiro. Em 1979 criou o Projeto Memória Musical Brasileira/PRO-MEMUS, junto ao Instituto Nacional de Artes da FUNARTE - Fundação Nacional de Arte, do Ministério da Cultura. De 1981 a 1989 foi diretor do Instituto Nacional de Música. Foi presidente da FUNARTE, da Fundação Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro e da Academia Brasileira de Música, além de Diretor da Sala Cecília Meireles

Seu catálogo inclui obras para orquestra sinfônica e de câmara, oratórios, música de câmara, obras para coro e para vozes e instrumentos solistas, além de partituras incidentais para teatro e cinema. Suas composições têm sido executadas com frequência no Brasil e no exterior, inclusive por orquestras do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Bahia, Belo Horizonte, Liège, Bruxelas, Paris, Londres, Munique, Buenos Aires, Córdoba, Nova Iorque, Filadélfia, Washington, Colônia, Tóquio e outras.

PROGRAMAÇÂO EDINO KRIEGER 90 ANOS
Dia 15 de MARÇO – QUINTA-FEIRA – REGIONAL DO CHORO, QUINTETO COM EDU KRIEGER, MARCELO CALDI E ORDINARIUS
Local: Casa do Choro
Endereço: Rua da Carioca, 38 – Centro
Horário: 19h
Preço: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Capacidade do Auditório Radamés Gnattali: 100 lugares
Classificação: Livre
Acessibilidade: Acesso para portadores de necessidades especiais
Bilheteria aberta de segunda a sexta das 11h às 19h (pagamentos apenas em dinheiro)

REGIONAL DE CHORO com Edu Krieger (violão de sete cordas), Luis Barcellos (bandolim e cavaquinho), Dudu Oliveira (flauta e cavaquinho), Marcelinho Caldi (acordeon), Fabiano Salek (percussão) e Nina Krieger (percussão):

Músicas de Aldo Krieger – 1903-1972

QUINTETO com Edu Krieger (violão de sete cordas e voz),

PC Castilho (flauta e percussão), Fabiano Krieger (guitarra), Marcelo Caldi (acordeon), Fabiano Salek (percussão) e Nina Krieger (percussão)

Músicas de Edu Krieger

PIANO SOLO com Marcelo Caldi

Músicas de Edino Krieger

CORO com o grupo vocal Ordinarius

Integrantes: Maira Martins, Rebeca Vieira, Beatriz Coimbra, Carol Vanni, Augusto Ordini, Fabiano Salek, Marcelo Caldi, Fabiano Krieger

Músicas de Edino Krieger

DIA 16 DE MARÇO – SEXTA-FEIRA – ORQUESTRA DE CORDAS DA UFRJ E BRASIL ENSEMBLE

Local: Sala Cecília Meireles

Regente: Roberto Duarte

Solistas: Mário Silva e Fábio Adour (violões), José Staneck (harmônica)

Horário: 20 HORAS

Ingressos: R$40.00 e R$20.00

Rua da Lapa, 47 - Lapa, Rio de Janeiro

Informações:  (21) 2332-9223

Programa
Quatro Imagens de Santa Catarina (2005)

I-        Brusque – O canto dos teares

II-      Blumenau – Oktoberfest

III-    São Joaquim – Paisagem branca

IV-   Florianópolis – Sol e mar

Concerto para dois violões (2008)

I-        Toccata (Allegro enérgico e molto marcato)

II-      Sonares (Lento)

III-    Volatas (Presto)

Mário Silva e Fábio Adour (violões)

INTERVALO

Divertimento para orquestra de cordas (1959)

I-        Tranquilo e cantábile (Allegretto)

II-      Seresta – Homenagem a Villa-Lobos (Andante espressivo)

III-    Variações e Presto (Deciso)

Brasiliana (1960) – versão para harmônica e orquestra de cordas

José Staneck (harmônica)

Três Cantos de Amor e Paz (1967)

I-        Amor sem paz (texto: Goethe – Trad: Trajano do Paço)

II-      Cantar de Amor (texto: Manuel Bandeira)

III-    Amor em paz (texto: Edino Krieger)

DIA 17 DE MARÇO – ORQUESTRA SINFÔNICA NACIONAL DA UFF – CONCERTO DE ANIVERSÁRIO

Local: Sala Cecília Meireles

Regente: Tobias Volkmann

Horário: 20 HORAS

Ingressos: R$40.00 e R$20.00

Rua da Lapa, 47 - Lapa, Rio de Janeiro

Informações:  (21) 2332-9223

Programa:

Passacaglia para o novo milênio (1999)

Fantasia cromática e Fuga (2013)

Canticum Naturale (1972)

Terra Brasilis (1999)