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terça-feira, 12 de setembro de 2017

Missa com o alto astral de Ipanema relembra Rogéria e consegue reunir todas as diferenças

De Luiz Carlos Lourenço
Imagens de Leonardo Santos e de amigos da artista

Uma verdadeira “Melange de Styles” (mistura de gêneros), uma expressão que Rogéria adorava usar. Para este modesto jornalista, considero que a homenagem se consistiu numa celebração religiosa de esperança e com incisivas palavras contra os preconceitos que pregam, acima de tudo, o amor a Deus. E não se levando em conta a diferença de credos ou de gênero humano.

O que estava em questão ontem, na linda noite de quase primavera era, acima de tudo, recordar com saudade o magnífico ser humano e religioso que foi, em toda a vida, a incomparável ROGÉRIA, nome artístico de ASTOLFO BARROSO PINTO.

Este foi o tom da emocionante missa celebrada ontem pelo padre JORJÃO na Paróquia de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. ROGÉRIA foi delirantemente aplaudida, em vários momentos e quem estava ali reunido nas orações é porque gostava muito do ser humano ROGÉRIA, cada um lembrando momentos alegres e significativos com a estrela em suas próprias vidas. Foi uma missa “para cima”, de “renovação”, “ Rogéria derrubando barreiras”, eram as definições que mais ouvi durante todo a celebração. Destaque ainda para as homenagens musicais, brilhantemente representadas pelos cantores MARCIO GOMES, ELIANA PITTMAN e VITORIA VIRTUS, que conseguiram homenagear ROGÉRIA com respeito e, acima de tudo, com admiração maior pela diva que acabava de partir para uma tournée entre os anjos.

Lá estavam dezenas de amigos, simples de coração, sem flashes, sem selfies, mas com o peito já recheado de saudades. Viam-se atores, cantores, jornalistas, músicos, nomes famosos, mas também um percentual muito grande de senhoras e senhores de cabelos brancos, o “carro chefe” das plateias de ROGÉRIA e que acompanharam sua carreira ao longo de mais de meio século. Misturavam-se harmoniosamente, um ex-Dzi Croquete, Bayard Tonelly, com estrelas de teatro de revista como Watusi, Carmen Verônica, Iris Bruzzi e Adele Fátima. Fãs como o ator Carlos Vonpinaz Barreto, a mãe de Monique Evans, Conceição Nery, uma ex comissária da Varig Eleonora Marques, Moema Arraes, de tradicional família nordestina e um casal de amigos, Conceição e Marcio. Jornalistas e colunistas, muitos, como Maria Beltrão, Artur Xexéo e Renato Fernandes. Atrizes e atores, unidos por Rogéria, cada um com uma história com a loura, assim como Maitê Proença, Teresinha Sodré, Cissa Guimarães, Monik Cretton e Fernando Resky. Cantoras? De todos os estilos e idades, como Beth Guilher, Elen de Lima e Luciene Franco. Frenéticas? Também ali disse presente uma bela atuante, Leiloca Neves, que segue sua carreira vitoriosa também como respeitada astróloga e palestrante. Divinas Divas? Presenças marcantes de Valéria, Camille K e Jane di Castro. Irreverência, lá estava a mais completa, inteligente e maior de todas, a absoluta Lorna Whasington, respeitosamente cantando com brilhantismo na missa, mas vestida com sua identidade civil, Celso, o grande amigo e confidente de Rogéria.

E porque não deveria estar presente aquele homem que foi uma das mais discutidas mulheres brasileiras, Roberta Close? Estava lá, vindo especialmente da Suíça para estar presente na missa de Rogéria.

Na igreja onde Pixinguinha viveu seus minutos finais neste plano, viam-se também fotógrafos de renome como Marco Rodrigues e Thereza Eugênio, que acompanharam Rogéria no glamour dos bailes de Guilherme Araújo e Copacabana Palace, como o novato Daniel Marques, privilegiado por imortalizar Rogéria num ensaio de estúdio, com cliques especiais no aconchegante apartamento da estrela.

E o Carnaval, não se fez representar? Sim, estavam ali na missa ícones significativos de desfiles na avenida e famosa bandas, como o destaque Nabil Hadad e Isabelita dos Patins. E as estrelas que brilharam na Europa antes e com Rogéria, como Suzy Parker, Yeda Brown e Marcela Zara.

Músicas que elevam
Um momento especial da missa, logo após a comunhão, foi o roteiro musical, encerrando com chave de ouro o saudoso momento: Marcio Gomes entoou a 'Ave Maria', de Vicente Paiva, com poderosos tons, seguido de Vitória Virtus, cantando com a voz embargada de emoção o “Eu sei que Vou te Amar”, de Vinicius de Moraes. E o clímax das homenagens ficou com a internacional cantora e atriz Eliana Pittman, que cantou lindamente a “Conceição" da carreira de Rogéria, “La Vien em Rose”, aplaudida em delírio, emendando com saudações e muitos aplausos para Rogéria.

ROGÉRIA AGORA É, ACIMA DE TUDO, MUITA SAUDADE E CERTAMENTE, já está produzindo uma revista frenética do outro lado do arco-íris, ao lado de suas divas como Marilyn Monroe, Marília Pêra e Elke Maravilha, só para citar as três primeiras convocadas por ela.