De Luiz Carlos Lourenço
Fotos de Marcelo Castello Branco
Alex Arant e divulgação
Um espetáculo inédito e com única apresentação, além de um valioso elenco subiu ao palco do Imperator ontem para celebrar os 100 anos de uma das mais importantes cantoras da música brasileira, Dalva de Oliveira. Ela foi uma das cantoras mais populares do Brasil durante a era de ouro do Rádio e lançou diversos clássicos da nossa música. Seu repertório sempre foi revisitado por todas as cantoras que sucederam seu legado.
Eliana Pittman, Simone Mazzer, Gottsha, Amelinha, Zezé Motta, Dóris Monteiro, Leny Andrade, Áurea Martins, Agnaldo Timóteo, Simone Mazzer, Zé Renato, Marcio Gomes, Rosa Maria Colyn, Luciene Franco, Ellen de Lima e Waleria foram algumas das principais estrelas que participaram do grande show que será imortalizado em CD duplo e será lançado até o final do ano pela Biscoito Fino e que contará ainda a participação dos artistas que realizaram o mesmo tributo em julho na capital paulista.
No espetáculo que começou no final da tarde de ontem, Ave Maria do Morro, Bandeira Branca, Máscara Negra, Que Será, A Bahia te Espera, Hino ao Amor, Segredo, Olhos Verdes e outros grandes clássicos de Dalva foram os destaques do repertório que foi apresentado por este importante plantel de artistas e que levaram o público ao delírio. Dezenas de fãs de Dalva de Oliveira e dos artistas não conseguiram ingressos para assistir o espetáculo, totalmente esgotados horas antes do show.
Vestidos em trajes de gala com muitos brilhos e plumas, as cantoras se revezaram com os cantores para cantar as canções mais conhecidas na voz da artista e no encerramento do show, com o público de pé, todos cantaram Bandeira Branca, um dos carros chefe do repertório da famosa paulista.
Além de marcar o centenário de nascimento de Dalva, o show também teve a finalidade de destinar recursos(com a venda do CD duplo) para o Instituto Cravo Albin, presidido por Ricardo Cravo Albin, musicólogo e importante pesquisador da MPB, que não conta com patrocínio nessa sua missão de preservar a memória da música popular brasileira.
“O instituto vive atualmente nessa crise cruel do País numa balança que considero trágica: enquanto sobem a credibilidade, o acervo, todo um conjunto de soluções para preservar a memória, descem os recursos para mantê-lo”, lamenta Ricardo Cravo Albin, afirmando que hoje o local é mantido com investimento pessoal e pequenas doações.
Cravo Albin assinou o roteiro do show em tributo a Dalva, que, segundo ele, sempre foi sua cantora preferida. O convite partiu de Thiago Marques Luiz, produtor e diretor do show. Foi Thiago quem idealizou o projeto, aliando a homenagem a Dalva e a arrecadação de recursos para o instituto. “Não consegui todos os nomes que queria, mas serão 18 artistas no show”, comemorou Thiago, que levou também para o projeto , em São Paulo, Filipe Catto, Maria Alcina, Virgínia Rosa, Edy Star, Cida Moreira e Xênia França. “É importante que tenham outras gerações envolvidas para levar novos públicos. Todos esses artistas acabaram colaborando a seu modo.
Pensado em blocos de músicas por Ricardo Cravo Albin, passando pela Dalva dos bolero, dos tangos, do samba-canção, o espetáculo contou com os artistas dando suas próprias interpretações a esses diferentes momentos da homenageada
Além das interpretações individuais, o espetáculo, como aconteceu em São Paulo, reuniu todo o elenco no palco no final(com exceção de Agnaldo Timóteo, que precisou sair par um ensaio), unindo suas vozes na célebre Bandeira Branca. Como Ricardo Cravo Albin previu, 100 anos de Dalva de Oliveira entrou para o rol dos shows históricos deste país.