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terça-feira, 11 de julho de 2017

Leda Nagle lota Theatro Net Rio com o seu Sarau que trouxe as estrelíssimas Leny Andrade e Ângela Ro Ro

De Luiz Carlos Lourenço
Fotos de Marcelo Castello Branco

A jornalista, escritora, atriz e apresentadora LEDA NAGLE provou, ontem à tarde, mais uma vez, que possui um público fiel e que a acompanha sempre e que lota, desde o início de junho, as vesperais das segundas no Theatro Net Rio, com o já famoso “ SARAU DA LEDA’. Ontem participaram do bate papo musical dois nomes expressivos de nossa música, as cantoras e compositoras LENY ANDRADE e ÂNGELA RO RO, aplaudidas com entusiasmo ao recordarem momentos de sua carreira e ao cantarem seus principais sucessos. A série de saraus prossegue na próxima segunda-feira, dia 17, com a participação da compositora e cantora LEILA PINHEIRO.

O encontro musical de ontem foi iniciado por LENY ANDRADE, que, mesmo recuperando-se ainda de uma queda que machucou seus joelhos e a testa, divertiu o público contanto histórias de sua carreira com muito humor, dando detalhes de suas apresentações em 55 diferentes países e contando passagens dos períodos em que morou no México e nos Estados Unidos.



Na plateia do sarau de ontem, estavam nomes de destaque do meio artístico como a cantora Ellen de Lima, a fotógrafa Thereza Eugenio, o pesquisador musical e fotógrafo Marcelo Castello Branco.a cantora Tetê Cavalckanti, Djalma Moraes, Leandro Arraes, o produtor musical Thiago Luiz e o diretor teatral Francis Mayer.



Leny fez suas primeiras aparições públicas no Clube do Guri, na rádio Tupi, no Rio de Janeiro, e, menina precoce, começou a estudar piano aos seis anos de idade. Em seguida apresentou-se em programas de calouros em rádios e ganhou uma bolsa de estudos para o Conservatório Brasileiro de Música. Aos 15 anos estreou profissionalmente como crooner da orquestra de Permínio Gonçalves. Mais tarde cantou nas boates Bacará (com o trio de Sergio Mendes) e Bottle's Bar. Em 1965 alcançou grande sucesso no show "Gemini V" atuando com Pery Ribeiro e o Bossa Três na boate Porão 73, lançado em disco gravado ao vivo. Depois de uma temporada de sucesso na Argentina, foi para o México, onde viveu por cinco anos.

Ela gravou discos mais chegados ao samba e à música de vanguarda, nos anos 70, como "Alvoroço" (73) e "Leny Andrade" (75). Em 79, na Columbia, gravou o LP "Registro", voltando ao samba-jazz, seara muito particular que Leny sempre dominou com maestria. Cantando ao lado de artistas como Dick Farney, Luiz Eça, Wagner Tiso, Eumir Deodato, Francis Hime, Gilson Peranzzetta e João Donato, Leny Andrade firmou-se como a maior cantora brasileira de jazz, conhecida por sua notável capacidade de improvisação. Nas décadas de 80 e 90 dividiu-se entre o Brasil e os Estados Unidos, onde gravou vários discos de samba-jazz, dentre os quais o clássico "Luz Neon", pela Eldorado.

Dedicou ainda vários discos a compositores de samba, como Cartola e Nelson Cavaquinho. Lançou também CDs em parceria com instrumentistas de prestígio, como Cesar Camargo Mariano ("Nós"), Cristóvão Bastos ("Letra & Música/Tom Jobim) e Romero Lubambo ("Coisa Fina"). Gravou ainda um CD apenas com standards norteamericanos, em ritmo de bossa nova ("Embraceable You").

Ao ser chamada por um espectador de Diva, Leny Andrade tratou logo de fazer uma correção "Quando isso acontece tenho que explicar que a única Diva foi Elizeth, pois ela era uma divindade que cantava". Era para mim, a melhor das melhores. Durante o bate papo, Leny, acompanhada pelo violonista Iris Nascimento, cantou vários sucessos de sua carreira, com destaque para Dindi, de Aloisio de Oliveira e Antonio Carlos Jobim.

Já Ângela Ro Ro, batizada como Ângela Diniz Gonçalves, contou que foi fecundada num carnaval em Vila Isabel, mas foi criada em Ipanema. “De Noel para Tom Jobim”, contou, às gargalhadas, divertindo o público.



Menina moça de colégio de freiras, mulher hippie do Arpoador, desde criança que desde os cinco anos teve contato com a música dominando o piano, acordeon, gaita, violão e flauta, mas assegurando que as suas cordas vocais sempre foram os seus melhores instrumentos.


Numa conversa franca e descontraída com Leda Nagle, Ângela RoRo mostrou ter uma personalidade bem humorada, inteligente e tem o tempo a seu favor, desde que abandonou inteiramente as drogas e o álcool, quando, em 1999, decidiu fazer uma mudança milagrosa em sua vida, depois que perdeu o pai e a mãe.



Cantando ainda com muito vigor, com um canto espontâneo feito mais com instinto do que técnica, é doce e selvagem, grave rouco e dotado de afinação livre e potência poderosa.



Delirantemente aplaudida, cantou seus maiores sucessos (incluindo uma das canções em inglês), acompanhada pelo tecladista, maestro e diretor musical Ricardo Mac Cord ,com destaque para “Amor, meu Grande Amor”, “Simples Carinho” “ Fogueira” e “Só nos Resta Viver”.