Por: Eduardo Moraes
Fotos: Divulgação
Após viver quase 60 anos como homem, com três filhos e três casamentos, o cartunista Laerte assumiu em 2009 sua identidade feminina.
Essa transição está inserida na reflexão que ela faz no documentário “Laerte-se”, o primeiro documentário brasileiro produzido pela Netflix, realizado por Eliane Brum e Lygia Barbosa da Silva, que levou três anos para ser finalizado.
O documentário acompanha Laerte em seu cotidiano, em casa, na ida à manicure, ao lado de seu neto e de seu filho, entre outras situações corriqueiras de sua vida. Mostra o lado humano de um ícone, com seus medos, desejos (de colocar peito), seu convívio com sua família, seus gatos, seus pensamentos sobre sexualidade, política e principalmente de vida. Despede-se de tudo, até literalmente, mostrando-se da forma mais nua e crua, da qual poderia se mostrar.
O documentário é recheado de charges animadas da autoria da própria Laerte, com todo seu humor, ora ácido, ora apenas divertido, por vezes irônico, atrevido e até com uma seriedade extremamente necessária.
Quando fala sobre sua sexualidade e a comunidade LGBT, Laerte não poupa críticas à sopa de letrinhas. Expõe seu ponto de vista sem medo de sofrer represálias, confessa que fez piadinhas homofóbicas quando jovem e que se envergonha disso. Enfim, assim como todas as outras passagens contadas por Laerte, todas são cheias de humor e verdade. Um documentário para ser visto e se apaixonar por Laerte, ou até quem sabe odiar, mas não para passar indiferente por ela em sua vida.
O documentário "Laerte-se" encontra-se disponível na plataforma www.netflix.com.br
Confira abaixo o trailer do documentário:
Conteúdo publicado originalmente no www.emneon.com.br