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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Antônio Carlos está de volta a Super Rádio Tupi

De Luiz Carlos Lourenço
Foto: Priscilla Antunes

O Show do Antônio Carlos agora é da Super Rádio Tupi e irá ao ar das 7h às 9h, com estreia no próximo, dia 29 de maio, uma segunda-feira.

O renomado apresentador de rádio carioca falou com exclusividade: “Eu estou muito feliz com o novo projeto, vou pra Tupi para somar e pra fazer um bom programa de rádio. A direção da Tupi me presenteou com a colaboração diária do Washington Rodrigues, o Apolinho. Aliás, foi ele quem inventou os quadros “Quem vai pro tronco ou pro buraco””. Apolinho é genial!”.

Não é à toa que o Show do Antônio Carlos é líder absoluto de audiência em seu horário desde que o programa começou na Rádio Globo, em 1987. É uma história de sucesso que vem de longe, do tempo em que o jovem Antônio Carlos aproveitava a acústica do banheiro de casa para ensaiar scripts do programa Gente Que Brilha, que ia ao ar na Rádio Nacional, no vozeirão de Paulo Roberto.

Mas o comunicador era fã mesmo de outra grande estrela da época, César de Alencar: “Era o meu ídolo. Gostava do jeito que ele falava, da forma como conduzia os seus programas. Foi nele que me inspirei”, revela, olhando para uma estrada que já tem mais de 55 anos de luta e experiência.

O carioca irrequieto, alegre e ativo, que sacode a audiência das 6h às 9h, de segunda a sexta-feira, cultiva esse jeito de ser desde o tempo da Brigada de Paraquedista, nos anos 50. Até hoje, o comunicador carismático não consegue viver sem a sua ginástica e as corridas na praia.

Queria fazer rádio e foi de uma garra impressionante para atingir este objetivo. Aluno do Instituto Lafayette, em frente à Igreja de São Sebastião, na Tijuca, jogava basquete e, por ter boa voz, foi convidado a entrar para um grupo de radioteatro amador. Não para ser ator, isso ele não tinha muito jeito para fazer, mas como narrador das peças.

Antonio Carlos ralou muito por um lugar ao sol. Seu início de carreira, em 1959, foi na Rádio Continental com a função de locutor-auxiliar. Lia mensagens comerciais ao vivo. Como gostava muito de jazz, usava um estúdio para produzir um quadro de jazz, na Rádio Metropolitana, que também pertencia ao Grupo ORB – Organizações Rubens Berardo.

Quando surgiu a TV Continental, canal 9, em 1960, ele foi pedir emprego a Dermival Costa Lima. O diretor perguntou o que ele sabia fazer. “Eu tenho um programa de jazz”, argumentou, exagerando. Afinal, era apenas um quadro. Dermival fez a contraproposta: “Jazz não é popular. Você vai fazer um programa de jazz e bossa nova. Começa na quinta-feira”. Antonio Carlos inaugurava ali uma nova etapa em sua vida profissional, produzindo, apresentando e dirigindo TV.

Trabalhou na nova Capital Federal, na recém-criada TV Brasília. Participou da fundação da TV Gaúcha. De volta ao Rio, passou pela TV Tupi, depois pela TV Tupi de São Paulo, e na produção de Sílvio Santos, então na TV Globo. Trabalhou na Rádio Roquette-Pinto, depois na Tupi e, em 1987, veio para a Rádio Globo, trazendo na bagagem o show que leva o seu nome.

Querido pelo público e companheiro de todas as manhãs, Antônio Carlos já foi homenageado com o seu nome batizando um páreo do Jóquei Clube Brasileiro. Também foi enredo da Escola de Samba Acadêmicos de Santa Cruz, vendo a sua vida ser cantada em prosa e verso no maior palco do mundo, o Sambódromo do Rio.

Não existe, porém, reconhecimento maior quando, diariamente, abre entrevistas com personalidades usando o seu tradicional “Acorda!” e, em troca, só ouve elogios. Mesmo quando o assunto não agrada muito ao entrevistado.